29 de julho de 2006

Poeira para os olhos do pacóvio…

Tentei resistir a um comentário que a f… nos deixou aqui cuja leitura recomendo vivamente e que diz respeito ao desaparecimento do programa do Desporto Escolar.

A minha recaída, ou melhor, este retorno fugaz, justifica-se na medida em que urge contestar uma afirmação, a meu ver sem fundamento, do Secretário de Estado da Educação, Valter Lemos e, simultaneamente, aclarar o alcance do imbróglio e da confusão que se gerou em torno do Desporto Escolar.

1. A afirmação:
"Até agora, o desporto escolar não estava integrado [no projecto educativo]. Era desenvolvido de uma forma um pouco paralela às actividades da escola e ficava a cargo de um ou dois professores, que organizavam o projecto segundo orientações traçadas por um estrutura central do ME, o que não fazia sentido".

Humm… ficamos a saber que o que se lê não deve ler-se:

O Desporto Escolar, sendo um instrumento do Sistema Educativo, deverá funcionar e ser assumido pelos Órgãos de Direcção e Gestão dos Estabelecimentos de Educação e Ensino, como um Projecto de Escola, integrado no Projecto Educativo e Plano Anual de Actividades, aprovados em Conselho Pedagógico. Assim, de acordo com o D.L. n.º 95/91, pontos 6 e 8, compete ao Órgão de Direcção e Gestão coordenar, acompanhar, apoiar e avaliar o desenvolvimento do Projecto de Desporto Escolar da respectiva escola.”
2. O que diz o título da notícia:
Projecto destinado a perto de 45 mil alunos.

Atentemos aos dados relativos à evolução da participação no Desporto Escolar [In: "Jogar pelo Futuro"]

Este ano, 1154 escolas foram inscritas no Desporto Escolar. O quadro anterior reflecte a evolução da participação no Desporto Escolar e dá para perceber que só uma hecatombe fará diminuir a oferta de actividades do desporto escolar para o próximo ano.
Afirmar que o desporto escolar será oferecido a 45 mil alunos é o mesmo que reconhecer uma diminuição muito significativa da participação dos alunos .

Então, faz algum sentido reforçar as verbas e ver diminuída a participação dos alunos?
Afinal, quem ganha e quem perde com esta forma de fazer política?

A máxima do professor Bento faz cada vez mais sentido: Sempre que me fazem de burro aproveito logo para dar um coice.

Bem, vou aproveitar e sair de mansinho… boas férias :)

26 de julho de 2006

Uffa…. Regresso lá para meados de Agosto… :-)

25 de julho de 2006

Dão-se alvíssaras...

[É verdade. Fui contagiado por uma entrada da Saltapocinhas.]

"Procura-se o Programa do Desporto Escolar para o próximo ano lectivo.
Dão-se alvíssaras a quem o encontrar".

Adenda: Diz o Correio da Manhã que "O projecto do Desporto Escolar que, desde há uma década, envolve cerca de 45 mil alunos de mais de mil escolas de todo o País, está em risco para o próximo ano lectivo".

humm.... Será uma nova medida do Programa de Simplificação Administrativa e Legislativa (SIMPLEX)?

24 de julho de 2006

Para que fique claro…

As escolas devem entender os resultados dos exames como um desafio para melhorar e não ficar indiferentes. Se os conhecimentos leccionados foram insuficientes, deve-se melhorar. Não se trata de adaptar os exames àquilo que as escolas estão a fazer. Antes pelo contrário, deve-se adaptar o que as escolas estão a fazer às exigências dos exames que são iguais para todos.
Ministra da Educação in: JN
É para mim uma novidade que os resultados dos exames devem ser usados para aferir os conhecimentos leccionados por um professor. E pensava eu, afinal erradamente, que os exames visavam aferir os conhecimentos que foram apreendidos pelos alunos. Mas não.
Em bom rigor, mesmo que todos os alunos de um professor [hipótese pouco verosímil] revelem ou venham a revelar, num exame, conhecimentos insuficientes, isso não demonstrará qualquer omissão na leccionação. Não ignoro nem pretendo menosprezar o papel do professor, decisivo a meu ver, na aquisição e consolidação de saberes. Mas, ao centrar no professor o ónus dos resultados dos alunos estamos, coniventemente, a admitir que o aluno não deve ser responsabilizado pelo seu compromisso na aprendizagem.
Quem defende o rigor e a exigência no sistema educativo não pode pactuar com afirmações deste teor.

Aferições ou aflições? …

Creio que toda a gente já percebeu que o frango é escanzelado. Dizem as más línguas que antigamente lhe cortavam na ração e que agora, por iniciativa própria, por (in)acção dos seus progenitores ou por negligência dos tratadores, o infortunado se viu forçado a alimentar-se menos. São pontos de vista…Há muitos anos que se apregoa a necessidade de refinar a balança com a melhor tecnologia de ponta de forma a certificar o peso certo. Enquanto se cumprem os rituais da pesagem, o coitado do frango, que bem podia estar a alimentar-se até à hora do repouso [o repouso é meio sustento diz o povo], engana a fome repetindo até à exaustão, para os aferidores, os itens do cardápio.
Tenho para mim que há um desejo subliminar por detrás deste ritual: que o frango engorde de cada vez que é colocado em cima da balança.
O melhor é esperar sentado…

Inconsistências?

A função do ensino é dos professores. Não vamos fazer ensino com outra categoria profissional, mas isso é o contrato dos docentes com a escola e com os seus alunos. O contrato dos professores não é com o Ministério da Educação
Ministra da Educação in: JN
A ambiguidade desta afirmação permite-me dizer duas coisas:
  1. Que o compromisso dos professores com o ME é exclusivamente de ordem laboral e, portanto, o ME reconhece a autonomia pedagógica do professor com todas as consequências que daí advêm [mais autonomia requer mais responsabilidade];
  2. Que a prestação de contas vai muito além das exigências burocráticas que são impostas externamente ou de metas a alcançar anualmente. O carácter moral do professor assume uma importância fundamental! [que essa afirmação tenha reflexos no futuro ECD]
Se foi isto que a ministra quis dizer, não podia estar mais de acordo!

21 de julho de 2006

Ao avesso…

[…] Os tipos de agora não têm tempo. Em lugar de irem estudar para o café, para a biblioteca, para casa, na cama, na mesa, ou no sofá - ao seu ritmo, a melhor triagem é esta, a do ritmo, sabiam? - , ficam na escola a ter "estudo acompanhado" e "actividades".
Nunca estão sós.
Nunca podem escolher estarem sós, sem terem falta. Não conseguem, assim, conhecer o seu ritmo, o seu pulsar, o seu sentir. Estão sempre em manada. Cheios de vontade de sairem dali, mas cada vez mais presos a programas de sucesso que lhes fizeram, pelas costas, para depois lhos espetarem, como facas, no peito ainda virgem.

Eu não gosto disso. Falta-lhes tempo para amadurecerem sozinhos - no tempo escasso que também lhes falta - o que vem nos livros e escutam nas aulas. Que, depois de lerem - ouvirem -, deviam pensar sós; ou com quem escolhessem.

E, bem vistas as coisas, falta-lhes tempo para quase tudo: arranjaram agora uma espécie de gestores do tempo, que não são bem relógios de pulso, um por cada pessoa, mas que são ainda piores. Orientam tudo (e sempre mal), porque complicam: não passam de ponteiros luminosos em relógios atrasados, de feira franca, mas cuidam ser de marca.

besugo
Caro besugo

Percebo pouco de quase nada. Desse mísero conhecimento, uma parte dele chega-me por via de gente que, tal como eu, evita as mezinhas. Das poucas coisas que julgo perceber, a educação é aquela que me ocupa mais tempo, profissional e não só. Sou daqueles que direccionam o tempo livre para ler e estudar coisas que se supõem necessárias para o trabalho. Enfim, um exemplo que não se aconselha a ninguém. Isto só para dizer que hoje encontrei no seu blogue algo que só pode ser escrito por gente despegada de qualquer sobranceria. Por isso, suspeito que não podia vir de um ministro e respectivos acólitos, de encarregados de educação acéfalos ou de professores obstinados [como eu, acrescento agora]. O que encontrei foi uma prescrição simples e que decorre do bom-senso: O sistema educativo estupidificou-se ao coarctar o tempo livre dos sujeitos que o frequentam.
O óbvio parece escapar aos olhares dos pseudo entendidos. Parabéns.

Miguel

20 de julho de 2006

Balanço…

O debate que resultou da apresentação da proposta de alteração do ECD foi enformado por uma visão maniqueísta que confundiu mais do que aclarou a opinião pública. De um lado estiveram os professores que reagiram à situação de “mal-estar” provocada pela introdução de medidas que intensificaram ainda mais o seu trabalho. A expressão do descontentamento docente foi tão veemente que acabou por resultar em manifestações entendidas como reacções corporativas de resistência à mudança. Do outro lado estiveram os pais e o ME que sentiram necessidade de apelar ao propósito moral dos professores [que devem colocar o interesse dos alunos – o bem-estar intelectual e moral - em primeiro lugar] para garantir a execução da função de custódia da escola. A discussão foi reduzida e empobrecida.

Foi neste quadro analítico que se desenvolveu a recente discussão em torno do ECD. O professorado não foi capaz de alterar o quadro de referência em que se desenvolveu a discussão; os pais e o ME não se mostraram interessados em fugir desse quadro por “oportunismo conjuntural”.

Num momento em que a escola enfrenta um défice de legitimidade que resulta do desfasamento entre as expectativas sociais depositadas na escola e as possibilidades da sua concretização [observemos o clima que envolve a realização dos exames nacionais], há que pensar estrategicamente e recentrar a discussão no que é essencial: há que problematizar a escola que desejamos para o futuro.

Impõem-se por isso três frentes de discussão:
1. A introdução dos cursos profissionalizantes na escola ameaça ou não a construção de uma escola onde se aprende pelo trabalho e não para o trabalho?
2. Como tornar a escola um local em que se estimula o gosto pelo acto intelectual de aprender, cuja importância decorre do seu valor de intervir no mundo e não dos benefícios materiais que daí decorrem?
3. Como é que a escola promove o gosto pela política e estimula a expressão de uma cidadania participada?

Adenda: Não fiquei surpreendido com a paupérrima prestação da ministra no parlamento até porque nada levaria a crer que a argumentação sofresse um revés no dia da discussão parlamentar. O que me deixou atónito foi a forma como o governo geriu este caso. Não sei o que pensar: Foi um problema de inabilidade ou de vontade?

19 de julho de 2006

Sinais...

Quando a escrita se faz com esforço e a leitura se transforma numa quase-leitura…

18 de julho de 2006

Um caso de sucesso…

Na semana passada participei numa acção de formação patrocinada pela DGIDC/ME sob o nome pomposo de “Área Tecnológica Integrada no Curso Tecnológico de Desporto”. Como sucedera em anos anteriores, era necessário desbravar o terreno para a novidade, em tempo útil. E assim foi. Lamentavelmente, desta vez não contámos com a presença dos autores dos programas que não gozam do dom da ubiquidade já que as dificuldades do agendamento das acções forçaram a delegação do trabalho em meia dúzia de colegas.
Esta formação dá seguimento a um conjunto de acções que colocaram frente-a-frente os autores dos programas e os professores “aplicadores”. O gabinete saiu à rua e entrou nas escolas! A troca de experiências e a reflexão conjunta permitiu, em devido tempo, ajustar os programas do próximo ano [12º ano] aos diversos contextos de prática.
Sempre que encontrarmos um oásis no deserto [do ME] é um imperativo ético assinalá-lo aos outros caminhantes.
Um bom exemplo a seguir!

16 de julho de 2006

O rigor e a excelência...

A repetição dos exames nacionais de Física e Química resulta de um erro [embora a ministra não o reconheça publicamente] imputado exclusivamente ao ME.

Admitindo ou não o erro, os exames serão realizados pelos alunos e o processo acarretará custos.
Será irrelevante olhar para o problema a partir de uma ângulo meramente economicista, num momento em que somos chamados a colaborar pela enésima vez no equilíbrio das contas públicas?
Quem é que deve pagar esta despesa?
Onde estão os arautos do rigor das contas públicas?

15 de julho de 2006

Um tiro no pé…

Compreende-se que, já que meteu água, o governo instalado no ME tenha resolvido ir a banhos, e de óculos escuros, para passar despercebido. O que não se percebe é por onde andam todos os que, quando governa o PSD, fazem um escândalo por tudo e por nada que se passa no sistema educativo! Emigraram? Ou prometeram-lhes uns lotezitos lá para as bandas da OTA?
Não me inclino tanto para a tese da partidarite que subjaz ao apontamento do crack. Prefiro a tese da purgação do sistema educativo que tem adeptos em vários quadrantes políticos e sectoriais e que encontrou um rosto à medida na cúpula do ME.
De facto, bater em retirada e iniciar um processo de desmistificação é muito doloroso.

14 de julho de 2006

Equidade

O problema que foi criado com o despacho do Secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, veio colocar no centro do debate a questão da equidade no sistema educativo.
O Presidente da República pode agora incluir no seu Roteiro para a Inclusão uma nova jornada: exames nacionais.

13 de julho de 2006

O jornalês


A avaliar o estado da coisa educativa pelos títulos das notícias breves do Público, posso depreender que a análise jornalística ficou contaminada após a orgia do futebolês.

Vejamos: a Matemática desce de divisão, a Física e Química devem repetir o jogo e a liga [ME] considera que o nível competitivo da prova é razoável.
Assumo a minha impaciência enquanto espero os resultados do controlo anti-doping realizado às várias equipas [disciplinas] e as conclusões que decorrem da auditoria às contas da Liga [ME].
Espero que os resultados [do controlo e da auditoria, obviamente] não confirmem um logro...

10 de julho de 2006

Um "novo" olhar...

... de Julho.

Adenda: Até 6ª feira estarei imerso num mar de discussões. Uma acção de formação será o pretexto para projectar e lançar o próximo ano lectivo. Antevejo uma quebra na minha participação nos locais habituais… Talvez me engane na previsão. ;)

Adenda II: Quanto ao template, ainda bem que gostaram da fruta ;-))

7 de julho de 2006

Agendas…

Um grupo de empresários, dez nomes ligados à banca, ao retalho, à indústria farmacêutica, à construção civil, enfim, a sectores fortes de uma economia nacional não tão forte assim, apresentou ontem o que chama de "Empresários pela Inclusão Social". […] O grupo de destacados empresários portugueses propõe-se apoiar os professores a reduzir o abandono escolar.
[…] será criada uma associação sem fins lucrativos, que apoiará os docentes na melhoria da sua performance, de forma a combater o abandono escolar.
A forma de o fazer em concreto e o montante que será investido ficaram por revelar. Este novo "movimento" tem prevista uma conferência de imprensa para o início da próxima semana.


Dizia um prezado amigo [que infelizmente e por razões que não são para aqui chamadas, só de forma periclitante vai tecendo a sua opinião sobre a coisa educativa] que não considera normal o silêncio daqueles que defendem a escola e a sua profissão diante da notícia supracitada; e que é por estas e por outras idênticas que progressivamente os professores são considerados meros e simples instrumentos, umas vezes prescindíveis, outras necessários apenas como meio para fins de outros.

Aproveito este desabafo para lançar um breve olhar sobre uma das grandes dificuldades do professorado, enquanto classe organizada, que é a de fazer prevalecer a sua agenda na opinião pública. É claro que não estou certo que o professorado tenha alguma agenda e se algum dia a terá. O que se tem passado é que as acções dos professores estão reduzidas a simples reacções, mais ou menos espontâneas, às medidas anunciadas pelo executivo ou às notícias criadas pelos órgãos de comunicação social. A agenda dos professores, a existir, decorre da agenda política que é marcada pela subordinação das questões educativas às questões económicas. Nem os sindicatos nem as restantes associações profissionais representativas dos professores têm conseguido antecipar-se ao governo e parecem sucumbir à hecatombe legislativa que arrasta as discussões para lugares comuns, até porque esta é a forma mais fácil e conveniente mas não necessariamente íntegra [para o poder político obviamente] de tratar os assuntos sociais.

Ora, é neste quadro que os professores necessitam de filtrar as temáticas que importam tratar. Há que olhar para o pantanal noticioso e procurar separar o trigo do joio. Há que separar a propaganda do que é, na perspectiva dos professores, informação relevante.

Regresso agora ao comentário do meu amigo para o enquadrar nesta reflexão. A notícia que eu acabei por destacar, motivado pelo desafio, merece ser analisada com algum cuidado. Quando a esmola é grande o pobre desconfia, lá diz o ditado popular. Quando os empresários decidem dar mostras de altruísmo é preciso verificar no tempo o modus operandi. Por outro lado, ainda tenho bem fresca a memória do famoso PNAPAE que não nasceu do movimento dos empresários mas do próprio ME. Recordo a publicidade a que foi sujeito o referido programa e os resultados alcançados estão aí, à vista de todos. Depois, olhando com acuidade para a notícia, é no mínimo estranho que os empresários apoiem os professores e não o ministério da educação no combate ao abandono escolar. Que diabo, sem a mediação do ME de que vale aos professores o apoio dos empresários? Sem a anuência do ME e a implicação dos seus responsáveis políticos, os professores pouco ou nada poderão fazer porque os constrangimentos na sua acção têm sido incrementados em vez de diminuídos.
Melhorar a performance dos professores para combater o abandono escolar significa precisamente o quê? Como disse atrás, há que aguardar pelos próximos capítulos desta iniciativa. Para já ficam as [boas] intenções entre muitas outras anunciadas e que pereceram por aí.

6 de julho de 2006

Tempo para reflectir…

Christopher Day, no final de cada capítulo, abre um espaço de reflexão oportuno. O autor encerra o primeiro capítulo – Porque é que a paixão é essencial - com um conjunto de perguntas extraídas do trabalho de “Geert Kelchtermans, um educador belga que identificou cinco componentes do eu dos professores, a partir de análises e entrevistas intensivas realizadas junto de professores principiantes e experientes:

1. A auto-imagem
. Quem sou eu como professor?
. Que articulação estabeleço com quem sou como pessoa?
2.
A auto-estima
. Até que ponto estarei a fazer bem o meu trabalho enquanto professor?
. Como me sinto em relação ao meu trabalho como professor?
. Estou satisfeito comigo mesmo sendo professor?
. Quais são as fontes de alegria e de contentamento?
. O que me faz duvidar das minhas próprias qualidades pessoais e profissionais?
3.
A motivação para o trabalho
. O que me motivou a tornar-me professor?
. O que me motiva a continuar a ser professor?
. O que poderá contribuir para elevar (ou manter) a minha motivação como professor?
. O que posso fazer para que isso ocorra?
. Como podem os outros ajudar-me?
4.
A percepção da tarefa
. O que devo fazer para ser um bom professor e como devo fazê-lo?
. Os problemas emocionais ou relacionais dos meus alunos preocupam-me? Até que ponto?
. É suficiente que todos os meus alunos atinjam os objectivos mínimos nas minhas aulas?
. Qual é o meu programa de desenvolvimento profissional pessoal?
. O que é que eu faço actualmente que faz parte do meu trabalho enquanto professor?
. E o que é que não faz parte desse trabalho?
. O que posso fazer para melhorar a minha situação?
5.
As perspectivas futuras
. Quais são as minhas expectativas para o futuro e o que penso delas?
. Como imagino o resto dos meus anos no ensino?
. Que acções posso levar a cabo para que o futuro seja melhor?


O livro promete!

5 de julho de 2006

Paixão

E como o dia ficará marcado pela paixão, aqui vai uma sugestão de leitura... apaixonante:

A palavra paixão associada ao contexto educativo foi um termo gasto, direi mal gasto, no discurso político desde o governo do engenheiro Guterres. A palavra paixão quando proferida num tom jocoso e depreciativo remete para um plano secundário alguns dos valores que o conceito encerra: a entrega, o entusiasmo, o comprometimento, a esperança; no fundo características-chave da eficácia no ensino.
É para ler muito pausadamente A Paixão pelo Ensino de Christopher Day.

4 de julho de 2006

Adenda: ECD – o olhar da CONFAP

Como era previsível, a montanha pariu um rato. Terá sido inócua a celeuma que se gerou em torno da participação dos encarregados de educação na avaliação dos professores acabando, como previra, por desviar a atenção da opinião pública, arrastando alguns professores, da discussão de aspectos nucleares do ECD, nomeadamente: a criação formal de uma elite profissional (os professores titulares) que não pode ultrapassar um terço do corpo docente e à qual se acede por provas públicas de acesso; a organização de provas públicas de acesso; criação de dispositivos hiperburocráticos de avaliação do desempenho; a intensificação do trabalho docente, etc., etc.
A proposta da CONFAP enfatiza a comunicação entre os professores e os pais relevando alguns indicadores que dão conta dessa ligação: - a disponibilidade do Professor para receber e informar o E.E. e/ou a Directora de Turma sobre questões relacionadas com o(a) aluno(a);
- a cedência de informação do Professor ao E.E./Aluno sobre o programa e o sistema de avaliação em cada disciplina;
- o acompanhamento e informação do Professor ao E.E. sobre os Planos de Apoio ao Aluno(a) - se aplicável;
- o envolvimento e participação do Professor nas actividades da Escola e na Comunidade Educativa.

Ainda equacionei a possibilidade da CONFAP vir a reclamar junto do governo a criação de medidas legislativas que desimpeçam os obstáculos laborais para o acompanhamento parental escolar. Não chega acompanhar de perto o trabalho dos professores para opinar sobre o seu desempenho. O processo educativo reclama uma lógica cooperativa que aproxime, literalmente, os pais dos professores na escola. E o regresso dos pais à escola não se deve limitar à visita relâmpago no final do ano para o preenchimento do formulário de avaliação ou à visita semanal e em muitos casos trimestral para receber os resultados do final de período. No quadro do desenvolvimento das actividades escolares, abrem-se inúmeras possibilidades de participação dos encarregados de educação: a apresentação de trabalhos, defesa de projectos, realização de actividades extra-lectivas, etc., etc.

Como o processo de discussão pública do ECD ainda está em aberto, a CONFAP não deve desaproveitar a oportunidade para lutar pelo que é verdadeiramente importante!

Controlo remoto...

"Segundo disse ao DN Anabela Martins, da Sociedade de Professores de Física, o problema deste exame "não está nas questões, mas nos critérios de classificação" das mesmas, definidos pelo Ministério da Educação (ME), que "podem levar a que um aluno de 16 valores fique com 12" na nota final."

Hummm… então o problema das más classificações dos alunos [e não dos saberes e das competências] pode ser debelado operando nos critérios de classificação [inflexíveis como convém] que são por sua vez definidos no ME?... Estou a ver…

Duas breves observações:

  1. Há sempre um preço a pagar pela monitorização das escolas e dos professores;
  2. É redutor e imprudente avaliar as escolas e os professores com base exclusiva nestes resultados.

Profissão de risco…

Professores incapacitados para dar aulas mais do que triplicaram em dois anos. [Público - reservada a assinantes].
Quando li esta notícia no Público esperava ver nos responsáveis pelo ME um sinal de apreensão pelo drama que encerra. A confirmarem-se os números adiantados, eles têm duas leituras possíveis: ou estamos diante de uma grande trapaça que envolve professores e médicos e isso seria um caso de polícia; ou então é um caso que merece ser tratado “com pinças” para se perceber a natureza do fenómeno. É necessário investigar os efeitos das políticas educativas no incremento dos casos clínicos de docentes nas escolas.

Ao ver denunciada esta situação esperava ver dos responsáveis pelo ME um sinal de preocupação e de solidariedade. O que vi, afinal? Vi um olhar administrativo e tecnocrata cuja única preocupação foi arrumar as vítimas na prateleira do serviço público.

3 de julho de 2006

ECD – o olhar da CONFAP [doc. integral]

" [...] Assim, no pressuposto da aplicação de um processo de coerência, transparência e seriedade, é evidente a necessidade de se criarem mecanismos que salvaguardem:
- a objectividade da apreciação feita pelos pais e encarregados de educação, contemplando a grelha de avaliação, a apresentar pelo Director de Turma no final do ano lectivo, um conjunto de poucas questões (no máximo 6) de resposta fechada que refiram exclusivamente a relação estabelecida entre cada professor e a família no cumprimento de deveres dos docentes e que correspondam a direitos consagrados aos pais, evidenciando uma participação activa e global do desempenho do docente.
Assim, por exemplo, poder-se-á questionar:
- a disponibilidade do Professor para receber e informar o E.E. e/ou a Directora de Turma sobre questões relacionadas com o(a) aluno(a);
- a cedência de informação do Professor ao E.E./Aluno sobre o programa e o sistema de avaliação em cada disciplina;
- o acompanhamento e informação do Professor ao E.E. sobre os Planos de Apoio ao Aluno(a) - se aplicável;
- o envolvimento e participação do Professor nas actividades da Escola e na Comunidade Educativa.

Refira-se ainda que a CONFAP é da opinião que haja apenas uma ficha global dos pais e encarregados de educação de cada Turma, com a apreciação feita numa escala de 1 a 5 (Fraco a Muito Bom), da qual resultará uma média para cada Professor. Ressalva-se ainda a hipótese de haver fichas diferentes consoante os níveis de Ensino que, pela sua especificidade poderão incluir itens diferentes de apreciação.

- a análise da avaliação final de desempenho dos docentes, feita pela Direcção Executiva, deve incluir ainda as manifestações apresentadas pelo pai/encarregado de educação, sempre que este ache oportuno, de satisfação/mérito e/ou insatisfação/reclamação. Estas, deverão ter direito a resposta da Direcção Executiva, referindo, nomeadamente, o procedimento e respectivo encaminhamento realizado, para que o processo seja sempre acompanhado por ambas as partes interessadas. Esta medida visa sobretudo evidenciar empenhos excepcionais do docente no percurso individual do aluno dando a oportunidade ao
pai/encarregado de educação de ver também reconhecido, pela comunidade escolar, o seu envolvimento no acompanhamento da vida escolar do seu filho/educando, obviamente necessário à preparação de uma argumentação fundamentada.
- a análise da avaliação final de desempenho dos docentes, feita pela Direcção Executiva, deve incluir ainda as manifestações apresentadas pelo pai/encarregado de educação, sempre que este ache oportuno, de satisfação/mérito e/ou insatisfação/reclamação. Estas, deverão ter direito a resposta da Direcção Executiva, referindo, nomeadamente, o procedimento e respectivo encaminhamento realizado, para que o processo seja sempre acompanhado por ambas as partes interessadas. Esta medida visa sobretudo evidenciar empenhos excepcionais do docente no percurso individual do aluno dando a oportunidade ao pai/encarregado de educação de ver também reconhecido, pela comunidade escolar, o seu envolvimento no acompanhamento da vida escolar do seu filho/educando, obviamente necessário à preparação de uma argumentação fundamentada. [...]"
[Via Shake the world]

1 de julho de 2006

Ser mais alto…

O jogo desta tarde será muito mais do que um jogo de futebol. Desejamos que ele seja a expressão da transcendência humana. Ao projectar nos atletas os nossos sonhos e utopias, por eles queremos ser transportados em direcção à excelência. Cumpramos a nossa parte deste projecto!