30 de dezembro de 2004

2005...

Um ano na passagem de ano

Começou assim:
“É um olhar dirigido à Escola.
Esse espanto será determinado pela perspectiva que o suscitar.”


[Baú]

Um abraço para todos os que por aqui passaram. Foram 17.500 visitas assinaladas [um valor incorrecto já que contabiliza as minhas passagens] que, perdoem-me a imodéstia, me estimulam ainda mais a prosseguir nesta viagem. Seria imperdoável não destacar uma presença regular: Para o Manuel [da escola] um grande abraço e só espero que permaneçamos na mesma carruagem por muito tempo.

PS: Que desacerto grosseiro o meu por não ter assinalado o primeiro aniversário do blogue Educar para a saúde do meu amigo Miguel Sousa. O seu campo de treinos [como ele o designa] tem sido fértil na problemática da actividade física associada à saúde. É mais um defensor da Escola Cultural como uma das soluções para os problemas da pós-modernidade.
Pelo caminho que já trilhamos juntos e pelo que falta percorrer, um bem-haja.


27 de dezembro de 2004

Blogame mucho

Agradeço ao[s] editor[es] do Blogame mucho [um blogue quente que gosto de visitar] pelo link ali confiado. Um abraço blogoEsférico [MJMatos esta expressão é sua] aos residentes Alonso, Besugo, Chabeli, Lolita, Manolo, Paco e Stkaneko.

PS: O agradecimento alarga-se à dupla adkalendas e José Gil [pelo mesmo motivo] do Transitando.

23 de dezembro de 2004

:)

Pausa natalícia.
Bom Natal!

22 de dezembro de 2004

Quem passa ...

... por aqui não dispensará o artigo de Fátima Bonifácio ["Público"] dissecado no Acontecencias.

Adorno.

Está pronto.
Depois da auscultação e de uma série de tentativas frustradas no template do blogger, o outro olhar está decorado para enfrentar a época festiva.
Agradeço os vossos comentários.

PS: Depois do comentário do Paulo decidi reunir o conselho superior cromático para decidir em conformidade. [Aqui que ninguém nos ouve... pela reacção dos conselheiros a coisa estava mesmo má!] Tudo voltará a ser como dantes!

A (meia) verdade.

No final do primeiro período deste ano lectivo, várias escolas chegaram à conclusão de que não será possível cumprir os programas previstos para este ano e atribuem as culpas aos atrasos na colocação de professores.

21 de dezembro de 2004

Referendo…

Como devem ter reparado, o outro olhar vestiu-se no pronto-a-vestir do Blogger.
Sujeito ao referendo dos leitores e amigos a seguinte questão [simples e directa]:
Agrada-lhe ou não a nova fatiota?

20 de dezembro de 2004

Pluralidade…

Não adianta um olhar de esguelha. Eu gosto de reuniões de avaliação e não me considero masoquista, marciano ou excêntrico. Gosto de reuniões de avaliação pelas razões [entre outras] que o Carlos evocou para justificar o seu aborrecimento. Paradoxalmente, por inúmeras vezes, acabo vencido pelo cansaço e pelo desânimo. Contudo, gosto de lidar com alunos inconformados e que revelem problemas de adaptação ao ambiente escolar. Claro que este tipo de afirmações corre o risco de atrair vários atributos: imodéstia, altivez, narcisismo, etc. etc. Até há quem denomine de pornografia as práticas intimistas.
Mas, mais importante do que os rótulos, é a afirmação da pluralidade de sentidos e motivos que legitimam a nossa profissionalidade.

19 de dezembro de 2004

O exame é uma competição.

No desporto de alto rendimento a competição é o quadro de referência para a organização do treino; no desporto de crianças e pubescentes, a competição deve constituir uma extensão e complemento do treino (Marques, 1999: 26). As competições devem servir os propósitos da formação, e por isso, devem estar ligados não só no plano organizativo, como nos conteúdos (Weineck, 1983). Se as alterações na estrutura e regulamentos das competições começam a deixar de gerar resistências por parte dos responsáveis pelas actividades físicas dos mais jovens, a alteração do conteúdo das competições já é defendida por um número crescente de especialistas (Rost, 2000; Lima, 2000).
O impacto da competição tem de levar em conta o processo de socialização do jovem com as suas vivências competitivas. As experiências repetidas de exposição ao potencial de avaliação social de uma competição, podem promover, positiva ou negativamente, o desenvolvimento do indivíduo.
Foi neste enquadramento que emergiu a questão enunciada no post anterior: Será legítimo analisar o exame como processo social a partir do[s] quadro[s] de referência utilizado[s] na competição desportiva?
Se aceitarmos como válida esta proposição, o processo de exame [tal como o processo de competição desportiva] subordinar-se-ia aos objectivos formativos dos jovens. Desse modo, os exames dos jovens teriam de ser substancialmente diferentes dos exames dos adultos.

A formação desportiva de um jovem está intimamente ligada ao seu processo desenvolvimental. Contudo, não é crível que as consequências de uma competição isolada, tenha ela constituído um êxito ou um fracasso para o indivíduo, ocasione efeitos marcadamente perniciosos para o seu desenvolvimento psico-social.

Claro que não respondi à questão. Apenas me atrevi a aclará-la.
Este redireccionamento[?] da lente de análise das questões educativas para as questões desportivas [inseparáveis quando se trata de jovens] não termina aqui.
Martin (1999:57) considera que os objectivos de treino não podem ser orientados para os melhores resultados individuais alcançados no momento, em termos de rendimento. “Aquilo que é importante é respeitar as tarefas de cada etapa de treino, os seus objectivos e os seus conteúdos e procurar alcançar os níveis previamente determinados da capacidade de rendimento e dos pré-requisitos. (...) Uma vez que o treino de jovens tem um carácter e funções de perspectiva, os objectivos e conteúdos de treino devem atender à multilateralidade e à especialização temporal”.
Ora, vejam lá se estas preocupações do Martin são ou não inquietações educativas?

18 de dezembro de 2004

O exame é uma competição?

Os debates realizados em torno dos exames nacionais utilizam variadíssimas linhas de argumentação. Nunca vi este tema ser discutido a partir deste ponto de vista: O exame é, efectivamente, uma competição.
A questão que eu coloco é a seguinte: Será legítimo analisar o exame como processo social a partir do[s] quadro[s] de referência utilizado[s] na competição desportiva?
Se aceitarmos como válida esta proposição, o processo de exame [tal como o processo de competição desportiva] subordinar-se-ia aos objectivos formativos dos jovens. Desse modo, os exames dos jovens teriam de ser substancialmente diferentes dos exames dos adultos. Ou não?

17 de dezembro de 2004

Destaque…

… para o Paulo Lopes do Acontecencias. Porquê?
O melhor é passar por .

16 de dezembro de 2004

Avaliação…

Há quem não goste dos momentos de avaliação [dos processos e dos resultados]. Será pelo desconforto da dúvida? Será pela dificuldade em abrir os armários carregados de dogmas?
Há que deixar arejar as crenças bolorentas que acompanham a nossa profissionalidade e abrir um espaço para a renovação das práticas.
Isto a propósito de uma conversa com uma colega de Ciências que revelava a sua dificuldade em avaliar as atitudes e os comportamentos dos alunos. Dizia que os testes escritos e os relatórios eram mais objectivos. Perguntei-lhe como é que eram validados os tais testes escritos.
“O que é que queres dizer com isso, colega?”
Pois…

15 de dezembro de 2004

Associação de gestores?

O comentário do Gustavo à entrada anterior levanta a seguinte questão: “Também me surpreende um pouco o facto de não existir, a nível regional ou nacional, nenhuma associação que reúna elementos de órgãos de gestão das escolas públicas. Não faria sentido existir? Ou a ideia é completamente despropositada?”

Confesso que nunca pensei no assunto, especialmente, na forma apresentada. Necessitarei de algum tempo para perceber o alcance da sugestão. Mas, a vertigem blogosférica impulsiona este pensar em voz alta que carecerá, presumivelmente, de outra clareza:
Os órgãos de gestão reúnem-se com os seus pares em encontros promovidos pelos CAE’s ou DRE’s tendo em vista as decisões relativas à distribuição da rede escolar, ao debate de questões relacionadas com reformas ou inovações introduzidas no sistema educativo, etc., etc. Parece-me que o sentido da proposta do Gustavo apontava para outro quadrante. Encontro, por analogia, a Associação de Municípios que procura defender os seus interesses específicos junto do poder central.

Em que medida as preocupações dos órgãos de gestão [dos gestores para alguns] diferirão das preocupações genéricas dos professores representados pelas diversas associações profissionais?
Será esta ideia suficientemente forte para metamorfosear os actores da gestão escolar em autores e protagonistas?

13 de dezembro de 2004

Para quando?

A autonomia das escolas [básicas e secundárias] será a eterna miragem dos actores mais implicados na coisa educativa?

Não obstante eventuais referências aos contratos de autonomia no diploma que regula a gestão e administração escolar, na verdade, as políticas educativas da última década têm coarctado a emancipação das escolas públicas. Encontro duas razões para este desfecho:
1. Existe uma apetência [natural] da máquina administrativa de cariz piramidal em concentrar. O reforço centralizado da decisão garante a continuidade e a imprescindibilidade [alguém já o designou de polvo] no sistema educativo. Não vou para já referir-me aos discursos dos dirigentes, burocratas e políticos que procuram legitimar este modelo organizativo.
2. Existe um receio [direi, natural?] e complacência [em alguns casos] dos órgãos directivos das nossas escolas, que se habituaram a executar sem reflectir, a cumprir as ordens superiores sem questionar o sentido das decisões, a abdicar das pequenas margens de liberdade de acção que a lei actual concede. Creio que esta atitude trespassa para os docentes e desejo, sinceramente, que se fique por aí.

Até quando se manterá o cerco ao reforço do crédito global de horas? Não será este um bom indicador da benignidade das políticas educativas?
A demagogia não tardará!

12 de dezembro de 2004

2...

... destaques:
1. São três entradas e os comentários anexos a merecerem um olhar mais demorado: [ideia], [desconhecimento], e [constatações].
São ideias sobre a escola, reflexões de práticas territorializadas, alguns contributos para a estruturação de projectos educativos. O Manuel [da escola] insiste em terminar o ano pujantemente.

2. Agradeço ao Hugo [Fio de ariana] e ao Jorge [Ensino superior em crise] o link do Outro Olhar.

10 de dezembro de 2004

Emprego…

Hoje passei o dia numa sessão de trabalho organizada pela Direcção Regional de Educação. Creio que o encontro resulta da Criação de Grupo de Trabalho para monitorização da reforma no secundário por Despacho do Secretário de Estado da Educação
Motivado pelo que lá se disse, ocorreu-me este pequeno reparo.
Já fui, por diversas vezes, questionado acerca de um presumível logro gerado pelas saídas profissionais dos cursos tecnológicos. Não partilho esta ideia fatalista. Mas compreendo os discursos que induzem os cidadãos a pensar que a falta de emprego é devida à não qualificação dos indivíduos e que a Escola é incapaz de preparar os estudantes para as supostas necessidades da economia. É que os arautos do neoliberalismo educacional não perdem tempo.

Obs: Para os interessados, a informação relativa aos referenciais de emprego e saídas profissionais encontram-se disponíveis no site do ME [clique aqui].

8 de dezembro de 2004

Tabuada e máquinas de calcular.

Talvez motivado pela ambiguidade do comentário da Blueshell à entrada anterior não posso [não quero] perverter o sentido do texto de Nuno Crato.A tabuada e a máquina de calcular” foi o título do artigo que enfatiza o exercício do cálculo mental e da memorização no desenvolvimento de certas regiões do cérebro. O uso livre da máquina de calcular é “caminho certo para que ele [o aluno, a criança] não desenvolva o cálculo mental. Não se trata de uma posição fundamentalista contra a máquina de calcular. Até porque no Ensino Secundário, a máquina de calcular deve ser melhor usada pelos alunos para as contas “impossíveis” de resolver manualmente.
Justiça feita ao espírito do texto, não posso deixar de olhar para ele destacando a exaltação do papel do professor como um actor fundamental do acto educativo e, por outro lado, relativizar a importância dos documentos oficiais como factores de mudança.
Desconhecendo o sentido e o alcance do comentário, agradeço à autora porque me permitiu prolongar a reflexão sobre o assunto.

Aposta nas pessoas.

Na Revista Única do Expresso do passado 4 de Dezembro (p.111), Nuno Crato insurgindo-se contra os programas de Matemática do primeiro ciclo refere [observando o conteúdo do programa de Matemática do 1ºciclo] que o professor não pode impedir uma criança de seis a dez anos de usar a calculadora sempre que ela o queira fazer. Refere ainda que uma “ideia semelhante repete-se no “Currículo Nacional do Ensino Básico: Competências Essenciais (2001) página 60.
Confesso que não li os programas de Matemática, nem o irei fazer certamente. Embora os problemas com o ensino da Matemática sejam de empolados diariamente nos órgãos de comunicação social desafiando as medidas incoerentes e avulsas de ministros e secretários de estado de passagem pelo ME, ainda não percebi com clareza onde é que se pretende chegar. Nuno Crato não é um fazedor de opinião qualquer. É um investigador consagrado e credível na sua área disciplinar. Por essa razão é que não fiquei insensível ao seu reparo no que diz respeito à má orientação dos programas e a forma com os professores “de bom senso” os descodificam e adulteram.
Será este o destino de qualquer documento orientador?

Processo de Bolonha.

A implementação do Processo de Bolonha a nível nacional tem sido acompanhada de perto no Que Universidade. Se entrar aqui poderá contribuir com o seu parecer por área de conhecimento.
Como já imprimi os documentos relativos à formação de professores e desporto irei reservar algum tempo para me inteirar da situação.
Ao MJMatos, pelo volume de informação que disponibiliza diariamente aos viajantes blogosféricos, o meu obrigado.

7 de dezembro de 2004

Ideias da escola

O cenário de eleições antecipadas sacode levemente as comunidades educativas. As escolas, após um início conturbado do ano lectivo, recuperam a sua postura tradicional: curvam-se sobre si próprias na labuta egocêntrica enquanto que, fora dos muros, o futuro da educação é decidido nos gabinetes partidários pelas equipas que arquitectam os programas de governo.
Antecipar o que o futuro nos reserva é uma atitude sensata independentemente do ponto de vista adoptado. E foi isso que fez o Manuel ao enunciar este conjunto de ideias. Ao decidir partilhá-las abriu um espaço para que cada um fizesse o seu caminho.
Quem é que disse que o debate esmoreceu?

6 de dezembro de 2004

Educação ou Instrução?

Não há hoje comentador ou jornalista que se preze como intelectual que não tenha o seu discurso de pacotilha sobre a Educação: a Educação em Portugal (que é “caríssima” ) está completamente degradada, nos últimos 30 anos [Lembram-se? Foi o 25 de Abril!]… porque se fizeram demasiadas reformas avulsas (outros dizem que não se fizeram nenhumas!)… em que os “eduqueses” (ou “os filhos de Rousseau”) dominaram, centraram o ensino e a aprendizagem nos alunos… e ficou este descalabro de ocuparmos os últimos lugares dos testes PISA… (e os alunos tornaram-se uns ignorantes, que não fazem esforço para estudar, não sabem fazer contas elementares… “não é como no nosso tempo”…[Era o do “Estado Novo!]… e passam o tempo nas discotecas…). E concluem, em versão mais sofisticada (como A. Barreto e Fátima Bonifácio), ou mais simplória (como J. Espada, José Manuel Fernandes e Felícia Cabrita), pela inevitabilidade de um retorno ao “antigamente”, após a devida purga de tudo o que sejam especialistas em Educação!Trata-se de um caso em que, partindo de alguns sintomas reais da “doença”, mas desintegrados do contexto geral (e até do que se passa noutros países), se pretende aplicar um tratamento radical e errado… de onde o paciente se arrisca a não sobreviver.

Leia mais… "Portugal deseducado?"

(Manuel Pereira dos Santos in A Página da Educação)


4 de dezembro de 2004

Semáforos...

... à entrada do gabinete do Conselho Executivo?
Não é uma provocação, nem uma brincadeira de mau gosto!

1 de dezembro de 2004

O estado da educação.

Li a entrevista que a ministra da educação [a prazo, a muito curto prazo] deu ao DN na passada 2ª feira. Confesso que fiquei preocupado com o alcance de algumas afirmações proferidas e não fui capaz de escrever nada sobre o assunto. Preferi ponderar sobre o alcance das declarações e, agora que fui ultrapassado pelos acontecimentos [dissolução do parlamento], procuro concentrar-me no rumo da coisa educativa. A coligação de partidos que governa o país deu sinais de desorientação desde o primeiro momento em que foi criada. A política educativa de cariz neoliberal e neoconservadora não foi capaz de induzir a mudança no sistema como prometera, demonstrando a inutilidade dos chavões “rigor” e “exigência” em organizações complexas como são as Escolas.

A acção dos ministros que agarraram a pasta da educação tem sido titubeante. Atrevo-me a considerar que nenhuma batalha produzida no sector educativo poderia ter sido ganha sem que fosse suscitado o envolvimento profundo e generalizado dos actores envolvidos no acto educativo. Estimular os professores, alunos e encarregados de educação nas reformas induzidas no sistema é a chave do problema que todos os políticos asseguram conhecer mas que poucos se atreveram a concretizar. Talvez a breve experiência da Escola Cultural seja uma excepção. Alguns dirão que não será possível atender aos diversos interesses em jogo e outros dirão mesmo que esses interesses serão incompatíveis. Mesmo que fosse verdade, seria sempre um erro grave a adopção de qualquer estratégia [mesmo sob a batuta economicista] que viesse a denegrir a imagem do professor aos olhos da opinião pública de forma a facilitar a introdução de medidas restritivas, como por exemplo a redução da despesa pública. Não se trata de subestimar os factores económicos no sector educativo, nem tão-pouco, considerar que os professores serão um grupo de intocáveis. A meu ver, a questão central é esta: Será que um ministro da educação [ou uma equipa ministerial] servirá os desígnios da educação se não tiver a habilidade política de induzir, através das medidas legislativas e da sua acção negocial, a mudança nas escolas, corporações e grupos que gravitam no sistema educativo e, simultaneamente, preservar a imagem e a credibilidade dos actores responsáveis pelo processo educativo?
O sentido do acto educativo impõe a existência de um único lado na barricada. E a existência da barricada só é admissível porque do outro lado estarão os constrangimentos e os problemas comuns. Dizem os fazedores consagrados de opinião que os diagnósticos já estão feitos. Que de educação, tal como de futebol, todos percebemos um pouco. O que é preciso é agir. Na verdade, a educação é acção. O problema é que o praticismo domina a generalidade dos professores, técnicos, burocratas e investigadores. Há uma cultura da prática conceptualmente vazia [como diria Patrício apelando ao regresso da Filosofia da Educação].
O próximo governo e o novo ministro da educação não viverá dias fáceis. O estado a que chegou o Estado e o caos em que se encontra a Educação não tolera mais tempo perdido. E já agora, formulo um desejo: Que o próximo ministro da educação se aguente no cargo um mandato completo. Coisa rara nos tempos que correm.

Regressando à entrevista da ministra, subscrevo as opiniões do Manuel, do Gustavo e do Carlos. Se tivesse reagido atempadamente, não me teria afastado das seguintes interrogações:
Porque é que a continuidade dos cursos tecnológicos depende [se este governo prosseguisse a sua acção governativa] da taxa de sucesso dos alunos? A ministra julga que a taxa de insucesso ultrapassa os 70%, logo…. [Lembro que os cursos tecnológicos têm apenas dois meses de vida]
Uma vez mais, continuamos a actuar nas consequências em vez de atacarmos as causas dos problemas.

Como denunciara em textos anteriores, os exames têm sido utilizados, perversa e ineficazmente, como um meio controlo do desempenho docente. Como reconhece a ministra: “Os exames são uma medida frágil do desempenho dos docentes, mas útil. Se, ano após ano, um professor tem maus resultados e outro da mesma escola tem bons, alguma conclusão há a tirar.”
Conhecem forma mais enviesada de abordar o desempenho docente?