Como era previsível, a montanha pariu um rato. Terá sido inócua a celeuma que se gerou em torno da participação dos encarregados de educação na avaliação dos professores acabando, como previra, por desviar a atenção da opinião pública, arrastando alguns professores, da discussão de aspectos nucleares do ECD, nomeadamente: a criação formal de uma elite profissional (os professores titulares) que não pode ultrapassar um terço do corpo docente e à qual se acede por provas públicas de acesso; a organização de provas públicas de acesso; criação de dispositivos hiperburocráticos de avaliação do desempenho; a intensificação do trabalho docente, etc., etc.
A proposta da CONFAP enfatiza a comunicação entre os professores e os pais relevando alguns indicadores que dão conta dessa ligação: - a disponibilidade do Professor para receber e informar o E.E. e/ou a Directora de Turma sobre questões relacionadas com o(a) aluno(a);
- a cedência de informação do Professor ao E.E./Aluno sobre o programa e o sistema de avaliação em cada disciplina;
- o acompanhamento e informação do Professor ao E.E. sobre os Planos de Apoio ao Aluno(a) - se aplicável;
- o envolvimento e participação do Professor nas actividades da Escola e na Comunidade Educativa.
Ainda equacionei a possibilidade da CONFAP vir a reclamar junto do governo a criação de medidas legislativas que desimpeçam os obstáculos laborais para o acompanhamento parental escolar. Não chega acompanhar de perto o trabalho dos professores para opinar sobre o seu desempenho. O processo educativo reclama uma lógica cooperativa que aproxime, literalmente, os pais dos professores na escola. E o regresso dos pais à escola não se deve limitar à visita relâmpago no final do ano para o preenchimento do formulário de avaliação ou à visita semanal e em muitos casos trimestral para receber os resultados do final de período. No quadro do desenvolvimento das actividades escolares, abrem-se inúmeras possibilidades de participação dos encarregados de educação: a apresentação de trabalhos, defesa de projectos, realização de actividades extra-lectivas, etc., etc.
Como o processo de discussão pública do ECD ainda está em aberto, a CONFAP não deve desaproveitar a oportunidade para lutar pelo que é verdadeiramente importante!
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