22 de junho de 2006

Plano de acção para mais Matemática…

O anunciado Plano de Acção para a Matemática assenta em três eixos principais: Programa Matemática: Equipas para o sucesso; Promover a formação contínua em Matemática para professores de todos os ciclos; proceder à avaliação dos manuais escolares de Matemática. Em cada um destes eixos de acção são propostas várias medidas, presumivelmente bem pensadas e coerentes, mas que parecem sobreviver sem a presença do principal sujeito: o aluno.

Admito que este programa possa suprir lacunas na organização escolar, corrigir erros de formação académica, detectar falhas na concepção de manuais escolares, e por via disso tornar mais eficiente os processos de transmissão de conhecimentos na Matemática. Mas, talvez por não ser professor de Matemática, não acredito que este plano de acção para a Matemática [mesmo com a ajuda da disciplina de Português] resolva: a ausência de investimento pessoal nas actividades escolares; a depreciação do valor esforço na vida comunitária.

Observando alguns contextos de prática, noto que as dificuldades de aprendizagem decorrem da ausência de significado que os alunos atribuem às actividades escolares. É necessário questionar esta diferenciação de significado da actividade para o professor e para os alunos, apontando-se o interesse em proporcionar uma prática que permita ao aluno extrair o seu próprio significado.
Alguém acredita que um aluno investe um cêntimo do seu esforço numa matéria de ensino, fornecida em pacotes de disciplinas ou não, se ele não lhe reconhecer valor?
Como é que a escola, a pedagogia, a Matemática, lidam com o esforço?

Adenda: A escola do faz-de-conta produz, normalmente, resultados fantásticos. Para já são só rumores, mas começo a ficar impaciente enquanto aguardo pela evolução dos índices de retenção dos alunos… [e mais não digo] Antevejo uma prova clara da profícua colaboração dos professores com o ME.

Adenda II: Aceitam uma sugestão? É imperdível este debate. Ao longo de 18 minutos Carlos Pinto Coelho conversa com Cristina Batista, jornalista e responsável pela produção do dossier sobre violência escolar da revista «Pontos nos iis», João Sebastião, coordenador do Observatório de Segurança em Meio Escolar, Margarida Gaspar de Matos, professora, e Santana Castilho, director da revista «Pontos nos iis». Foi um debate realizado na TSF.

Está aqui: http://www.tsf.pt/audio/2006/04/noticias/09/directo9.asx

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