Depois de ouvir a crónica dominical do professor Marcelo (PM) decidi escrever estas linhas. A ideia era subscrever a apreciação do reputado analista ao trabalho da ministra da educação e respectiva equipa. Como não foi possível saltar para o teclado nesse momento, adiei a empreitada até agora. A ideia é antecipar o futuro. Podem chamar a este exercício, que eu não me incomodo, futurologia. ;)
Quero acreditar que está para muito breve a renúncia da actual ministra da educação. Todos os ministros governam a prazo, eu sei, mas, neste caso, o prazo desta ministra será compulsivamente encurtado. Esta minha convicção decorre da análise conjuntural: das manifestações de desalento dos professores como uma reacção natural aos ataques sistemáticos a que têm sido alvo; da mudança lenta e gradual da opinião dos especialistas em generalidades e por arrastamento da opinião pública.
E já que estou no domínio da futurologia, posso mesmo adiantar um prazo: Basta observar este imbróglio pelo lado da agenda política, para verificar que a ministra deixará de tutelar o ministério da educação após a aprovação do futuro ECD, lá para Janeiro do próximo ano. Não sei se concordam comigo, mas noto alguma pressa do Eng.º Sócrates [basta observar o aconchego do primeiro-ministro e as manifestações de apoio] em arrumar o sector educativo, ou melhor, em poupar dinheiro no sector educativo. É um facto inquestionável que a ministra da educação fez um trabalho notável de contenção de despesas, apesar de ser ainda muito cedo para se avaliar o alcance das medidas restritivas. Uma missão deste tipo tem como consequência imediata a imolação da imagem da ministra. Se tudo correr como o Eng.º espera [digo eu], depois da casa arrumada, lá virá o momento de se encontrar um sucessor que faça as pazes com os professores e que os mobilize em direcção às questões educativas em vez de os mobilizar em direcção às questões corporativas [eu sei que é uma piada de mau gosto ;))].
É nesse momento que valerá a pena aquilatar o estado da memória dos professores…
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