Não conheço pessoalmente o Ademar. Não importa para o caso. Já comentei no seu blogue no tempo em que a caixa de comentários servia para trocar pontos de vista. Já trocámos por e-mail algumas impressões. Continuo a visitar com alguma regularidade o Abnoxio [vai na sua 3ª edição] e considero o Ademar um blogger genuíno. Escreve o que lhe vai na alma e não lhe noto qualquer fragmento de servilismo. Gosto de pensar que ainda existe gente deste tipo. E também não importa se concordo ou não com o que escreve. Basta-me gostar…
E porque gostei muito desta sua entrada, transcrevo-a integralmente aqui:
“Um problema de autismo (tributo a Mário-Henrique Leiria)...
No início do ano lectivo, o professor, fervendo de autoridade profissional, entrou musculadamente na sala de aula e, antes que disparassem, atirou logo a matar:
- Aqui, ficais já a saber, quem manda sou eu. Aprendereis o que eu quiser, quando eu quiser e como eu quiser! Esta é a minha pedagogia.
Alguma dúvida?...
A turma entreolhou-se ironicamente, ergueu-se à uma, disse em coro "PUTA QUE O PARIU!" e saiu da sala. Ficou, apenas, o Gabriel.
Foi o ano mais feliz da carreira do professor: tinha uma turma com apenas um aluno, que parecia beber em êxtase, todos os dias, os seus acetatos.Só no final do ano lectivo é que descobriu que o Gabriel, o aluno perfeito, era autista. Deu-lhe 5, a nota máxima. E atirou-se da Arrábida, com os acetatos...
Soube-se depois que já tinha pago as propinas do mestrado em administração escolar...”
Ademar Santos
Sem comentários:
Enviar um comentário