É óbvio que para um burocrata zeloso, enformado por uma visão maniqueísta, este tipo de prova [contra-relógio] permitirá separar o trigo do joio: Há que conter o professor negligente e tudo fazer para que as más práticas não incidam na classificação do trabalho do aluno. Porém, neste contra-relógio cuja distância [entenda-se… monte de papelada] não pára de aumentar, há um convite dissimulado à desistência dos corredores. E só alguns aguentarão!
Uma vez mais, o ME ao pretender atingir uma parte acaba por envolver o todo docente mas não deixa de revelar um sinal de desconfiança na capacidade profissional dos professores.
Se os responsáveis do ME estivessem realmente convencidos de que o incremento da burocracia em torno da actividade escolar é um factor essencial para a melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos, seria forçoso apetrechar as escolas de auxiliares administrativos. Nos departamentos disciplinares e nos conselhos de turma, os professores seriam assessorados por técnicos e concentrar-se-iam nas tarefas que envolvem a formulação de juízos acerca dos alunos, na investigação das causas dos problemas que afligem o acto educativo e na determinação das melhores estratégias para debelar esses problemas.
Se o ME estivesse interessado em melhorar a qualidade do trabalho docente preocupar-se-ia em garantir, como é seu dever, as melhores condições para o exercício profissional em vez de as deteriorar. Houvesse vontade!
Adenda: Tem 4 meses o blogue Estados d'alma. Segui-lo-ei bem de perto…
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