Há escritas que nos mobilizam pelas razões mais variadas, nem sempre passíveis de explicação. Por vezes quero crer que é pela força da argumentação, pelo fulgor da palavra, ou pela riqueza da informação, que me deixo enlear ao monitor e teclado do computador. As razões serão multifacetadas e há cumplicidades que se geram sob outras lógicas, porventura menos racionais, mas com a mesma grandeza. Daí não ter sentido procurar as causas profundas pelas quais nos deixamos prender a um texto ou persistir nas visitas pela blogosfera.
Fiquemo-nos pelas causas mais próximas: Já o percepcionara com a escrita do Manel, Sofia, Gustavo, Miguel e, recentemente, com os textos e comentários da Isabel. Não pretendo desconsiderar todos os outros colegas com quem tenho partilhado ideias, comentários, sentidos da escola e crenças do ensino, uns mais novos e outros mais experientes, alguns do superior, a maioria do não inferior [utilizando uma expressão do meu amigo Miguel]. Todos têm sido marcantes. Mas, estes meus confrades da escola têm sido especiais! O que trespassa das suas escritas é a inquietude perante a adversidade. Mesmo nos momentos em que o esmorecimento parece tomar conta da vontade de cada um emerge, resplandecente, o desejo de mudança. Eu sei que esse desejo de mudança ultrapassa os muros da escola onde trabalham: Ultrapassa as intenções. Estou convicto de que nos seus dialectos não cabe a palavra resignação: Mesmo que ela seja apregoada só pode ser entendida como um grito de revolta, quiçá um sinal de impotência perante a grandeza do desafio, um vómito provocado por um sentimento de injustiça. Independentemente do brilho da escrita de cada um há uma cumplicidade latente que só pode derivar da enorme satisfação de ser professor. E gostar de ser professor é cada vez mais difícil nos tempos que correm. É por estas e por outras [e não faltarão oportunidades de as revelar] que ainda vale a pena andar por cá!
Sem comentários:
Enviar um comentário