O Dr. Daniel Sampaio não é um visitante desconhecido da instituição escolar. A sua actividade profissional gravita em torno dos problemas gerados e manifestados na escola. Sendo um fazedor de opinião experimentado não se atreveria a fazer “meras sugestões de ocupação dos professores para o período em que deverão estar na escola sem aulas” sem equacionar o impacto das suas palavras na opinião pública e, particularmente, nos professores.
Como é que os professores receberam e perceberam as sugestões do Dr. Daniel Sampaio? Alguém acredita que os professores desconhecem a verdade La Paliciana de que ser professor não é apenas dar matéria e corrigir testes? A questão não deve ser colocada no saber ser professor. A tónica discursiva deve recair no poder ser professor. Embora os constrangimentos físicos do parque escolar não devam ser depreciados nesta imensa discussão do que é ser professor em Portugal no séc. XXI, que outros constrangimentos impedem o professor de o ser?
É aqui que o nosso olhar terá de ser dirigido para as políticas educativas neoliberais que têm sido desenvolvidas pelos governos do bloco central e tentar perceber como é que o tempo se transformou no elemento fulcral do conflito entre o ME e os professores.
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