18 de junho de 2008

A muleta da ciência.

De várias medidas que contribuíram para os presentes resultados [nas provas de aferição 2008], mencionem-se, a título de exemplo:

  • A formação contínua, em Português e em Matemática, de milhares de professores do primeiro ciclo;
  • O Plano de Acção para a Matemática, concretizado em todos os agrupamentos de escolas;
  • O Plano Nacional de Leitura, que apetrechou e dinamizou as bibliotecas escolares de todos os agrupamentos;
  • A definição de orientações sobre os tempos de trabalho com os alunos do 1.º ciclo em leitura e em Matemática;
  • O reforço do Estudo Acompanhado, para os alunos dos 1.º e 2.º ciclos;
  • A disponibilização de um banco de mais de 3000 itens de Matemática;
  • A elaboração de brochuras de apoio científico e pedagógico, para os níveis do pré-escolar, dos 1.º e 2.º ciclos, em Matemática e em Língua Portuguesa.

in: (ME)

A ministra da educação refutou veementemente as críticas que concedem uma pretensa falta de rigor e de exigência aos exames nacionais: “Eu não me pronuncio sobre opiniões, [...] isto não é uma questão de opinião”, dizia a ministra em tom elevado depois de confrontada com opiniões contrárias às suas. Argumentou que este assunto deveria ser esclarecido no âmbito da técnica, dos procedimentos estatísticos, enfim, da ciência.
Afinarei pelo diapasão da senhora ministra: para quê opinar sobre A VERDADE científica? Não quero, portanto, pensar que na génese das provas dos exames subjaz uma ideia “facilitista”. Nada disso. Longe de mim tal heresia.
Se as opiniões não contam, se o que importa são “factos científicos”, como demonstrar que as medidas que o ME diz ter tomado são responsáveis pelos presentes resultados? O ME tem em seu poder algum estudo científico que prove essa relação causal?
Espero que não se trate de uma mera opinião.

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