Ora, parece-me possível estabelecer uma analogia entre os fantasmas do futebol e os fantasmas da educação. Antes de aclarar este esoterismo, parece-me evidente que é no terreno de jogo ou na escola situada que os «caça-fantasmas» terão de operar. Vale a pena olhar para os professores e procurar ver neles os “fantasmas” que assolam o sistema educativo.
E o que vemos no esforço e nas dúvidas estampadas no rosto dos professores?
- No cansaço, vemos o fantasma da intensificação do trabalho docente.
- No desânimo, vemos o fantasma da desautorização e o ataque à dignidade da função.
- No abandono precoce, vemos o fantasma da falta de reconhecimento da especificidade da função docente ou a tentativa de homogeneização funcional do serviço público.
- Na revolta, vemos o fantasma da mentira e da demagogia; vemos a subversão do educativo ao primado do administrativo.
- Na esperança, vemos o fantasma do espartilhamento da carreira docente a definhar; vemos uma profissionalidade docente ser construída entre a racionalidade e a criatividade.
E o que fazem os caça-fantasmas? Fazem o que lhes pedem. E a melhor maneira de fazer bem o que lhes pedem é, muitas vezes, não fazer exactamente o que lhes pedem.
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* Título da crónica de Luís Freitas Lobo no Expresso de hoje.
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