Uma mistificação que urge combater é a dispensabilidade do esforço nos cursos profissionais e nos cursos de educação formação. Depressa conotados como cursos fáceis para sujeitos difíceis, os “profissionais” e os “CEF’s” estão envoltos por uma auréola hedonista que dificulta a criação de climas propícios à aprendizagem e à superação. Parafraseando Adalberto Dias de Carvalho: “Mesmo a prometida sociedade do lazer não dispensa o esforço. O próprio lazer acarreta-o na medida em que implica a perseverança para se alcançar a meta que se pretende atingir.” Não confundo, por isso, o lúdico com o trabalho. De facto, ambos podem coexistir, mas não são necessariamente coincidentes.
Agora que nos vamos reunir para discutir e apreciar as aprendizagens, em final de período, convém valorizar o esforço e com ele a responsabilização. Que esta formação profissional para o trabalho se faça pelo trabalho!
Adenda: Julgo saber quem foram os criadores da mistificação.
Quem concebeu o currículo dos CEF´s e dos profissionais [conceptualmente diferentes mas igualmente impregnados por uma pedagogia do lúdico] olha para o insucesso escolar através de uma lente determinista. Aligeirando os conteúdos programáticos e tornando-os cada vez mais “acessíveis”, desviando os alunos das matérias “teóricas”, olhando para o trabalho exclusivamente numa perspectiva de produtividade e de eficácia, os pragmáticos da tecnocracia sabem como garantir as condições para o sucesso escolar.
Sem comentários:
Enviar um comentário