A Escola (e por maioria de razão a educação física) não deve ter a responsabilidade inteira pela saúde individual e colectiva, embora possa e deva contribuir para o desenvolvimento de uma parte das dimensões que o conceito alberga. A Escola pode muito mas não pode tudo. Advogo, por essa razão, a implicação de vários actores neste desiderato:
- o Governo deve fazer políticas que libertem a Escola das missões que a sufocam; há que fazer recentrar a Escola no seu principal papel – a transmissão de conhecimentos e saberes, habilidades e capacidades, através do ensino sistemático e a oferta organizada e estruturada de aprendizagens fundamentais nos domínios científicos, tecnológicos e culturais que estão na base das disciplinas curriculares;
- o Ministério da Educação aceitar o princípio de que o horário escolar inclua, pelo menos, três aulas de educação física por semana, embora as escolas devam, na medida do possível, ser incentivadas a ultrapassar este objectivo mínimo (e como a Escola não quer demitir-se da sua participação na saúde, convém recordar que os estudos realizados recomendam que as crianças e os adolescentes pratiquem diariamente algum tipo de exercício físico durante 60 minutos!);
- os autores dos programas de educação física devem ser sensíveis à pluralidade de sentidos que encerram as práticas e experiências desportivas;
- os professores de educação física devem “desconstruir” os programas oficiais fomentando as múltiplas formas do desporto plural;
- as famílias devem procurar recuperar o poder de influenciar positivamente a educação dos seus filhos, particularmente, na aquisição de hábitos alimentares saudáveis.
PS: No blogue http://desportoemcontraste.blogspot.com há outros olhares sobre este tema.
Sem comentários:
Enviar um comentário