O Zé Manel congratula-se com o movimento de cidadãos que lutam pela criação do concelho das Taipas. São legítimas as pretensões de autonomia de quem se sente segregado por equipas executivas camarárias. Não se trata, obviamente, de criticar este tipo de movimentos. Trata-se de procurar perceber se a solução para uma pretensa má gestão, ou a distribuição pouco equitativa de recursos municipais, passa pela divisão administrativa. Se se concordar que a divisão administrativa é a solução para o problema da má gestão, então os novos concelhos terão dificuldades em recusar o cenário divisionista quando uma freguesia denunciar o esquecimento e reclamar autonomia. E assim sucessivamente. Seria dividir para reinar.
A meu ver, é necessário fazer um reordenamento administrativo que poderá passar pela extinção de alguns concelhos e pela criação de outros. Não faz qualquer sentido que um concelho nasça por negligência ou por má gestão de executivos municipais, segregando uma parte do seu território. É escandaloso que um país, cujos recursos escasseiam, nomeadamente em sectores básicos como a saúde, a protecção social e educação,...possam ser delapidados por máquinas municipais mais preocupadas em eternizações de poder do que em gerir com racionalidade os dinheiros públicos. É verdade que as populações dos municípios novatos beneficiaram com a injecção de meios e de capital. Também é verdade que o país ficou mais pobre com essa obra administrativa porque se multiplicaram as lógicas onde cada um “puxa a brasa à sua sardinha”.
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