A ministra da educação desvalorizou o estudo da DECO realizado em 40 salas de 20 escolas por pretensa irrelevância científica. Não ouvi nenhuma declaração sua a refutar a veracidade da informação apresentando evidências de que nessas escolas está tudo bem.
Este episódio é elucidativo para percebermos o universo em que se move a ministra da educação e o tipo de lente que usa para analisar os problemas do sistema educativo. Para a ministra, as escolas situadas são ou não meras representações, consoante o seu potencial estatístico. Isto é, as escolas e os actores escolares são entidades abstractas que só existem numa folha de cálculo. Fora da planificação macro política e da “engenharia organizacional” nada existe.
Seria injusto se não reconhecesse que está ser feito algum esforço na recuperação de edifícios escolares. Tem havido algum investimento na melhoria das instalações escolares apesar de considerar que o desejável ainda é uma miragem. Percebo que a ministra preferisse ver destacado na imprensa o que foi feito e não o que falta fazer. Um copo meio cheio é, também, um copo meio vazio. Mas o que a ministra não pode fazer é negar a realidade sob pena de se descredibilizar, ainda mais, aos olhos daqueles que vivem a escola situada.
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