17 de junho de 2007

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“[…] A estrutura da carreira profissional, como em outras profissões, não considera as necessidades intrínsecas de desenvolvimento pessoal — diferenciado mas potencialmente equivalente em todas as idades — e por isso dificilmente se ajusta à evolução da estrutura de vida. No entanto, desde o início da carreira é possível distinguir duas linhas orientadoras do sentido dado à profissão que parecem aprofundar-se e distanciar-se significativamente, por volta da crise da meia idade:
• uma que se caracteriza pela valorização dos aspectos burocráticos, pelo sentido de continuidade e de aceitação resignada das disposições hierárquicas; manifesta-se pelo isolamento na acção pedagógica, conduz ao fechamento em relação às mudanças, a um certo cepticismo e ressentimento em relação aos outros, à amargura em relação à profissão, à crença em determinismos cegos no desenvolver das situações;
• outra, que encontra sentido na inovação, no acolher da diversidade, e se alicerça na partilha nas experiências e no trabalho, no questionamento das situações; caracteriza -se pela capacidade de contextualizar os acontecimentos e os factos, de perceber os olhares dos outros, pela vontade de intervir nos processos, pela persistência na apropriação de conhecimentos favoráveis ao desenvolvimento profissional.[…]” (1)(p.189)

(1)
Cavaco, M. (1995). Ofício do professor: O tempo e as mudanças. In: Nóvoa, A. (Org.). Profissão Professor. Porto Editora, Porto.

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