A questão da violência em contexto educativo [familiar e escolar] é complexa porque cruza formas directas e indirectas [1]; é interessante sob o ponto de vista analítico, suscitando inúmeras incursões académicas - teses de mestrado e doutoramento -; é inquietante porque nos coloca nos papéis de agente e de vítima potencial da sua proliferação.
Um registo de conflituosidade caracteriza alguns discursos dirigidos às relações entre a escola e as famílias. São assinaladas barreiras, enfatizadas as desconfianças, o que traduz uma necessidade perversa de procurar “bodes expiatórios” para legitimar fragilidades de um e outro agente educativo. Com a violência sucede exactamente o mesmo o que exige da nossa parte algum bom senso para adoptarmos uma atitude afirmativa face ao problema. É isto que se pretende com a Educação para a nãoviolência.
Clarificando o conceito, podemos afirmar que a Educação para a nãoviolência tem como sinónimo a Educação para a paz. O objectivo é desenvolver uma cultura de nãoviolência que ajude as pessoas a olhar criticamente a realidade, a situar-se nela, a resolver os conflitos de forma não violenta, e que favoreça o desenvolvimento pessoal numa direcção positiva. A nãoviolência não é apenas a simples negação da violência, é muito mais: é uma maneira de pensar, uma forma de entender o homem e as suas relações, uma maneira de actuar, etc. É, definitivamente, uma filosofia de vida.
A nãoviolência não é um património da escola. É, atrevo-me a afirmá-lo, a principal ponte entre a escola e a família.
De que é que estamos à espera?
[1] A violência pode entender-se de duas formas: violência pessoal ou directa – situação em que uma pessoa comete um acto violento; violência estrutural ou indirecta – quando a violência precede a estrutura social e afecta a distribuição desigual de poder, recursos, oportunidades, relações, etc. e, definitivamente, cria uma situação de injustiça social. (Mosquera Conzález e col, 2000)
Sem comentários:
Enviar um comentário