Os alunos da minha escola decidiram protestar contra as aulas de substituição. Não se trata de uma greve [não quero corroer o termo] precisamente porque o protesto é ilegal e não se limitou às aulas de substituição, já que se estendeu às restantes actividades escolares. A acção dos alunos pareceu determinada e foi pacífica o que contrastou com aquela notícia que dava conta de uma acção semelhante numa outra escola do país e que exigira a intervenção das forças de segurança. Por aqui as portas continuam abertas, alguns alunos vagueiam pela escola, outros recolhem alguns haveres nos cacifos individuais para regressar a casa. Alguém dizia acertadamente [não me lembro quem ;)] que todos temos o direito à indignação: Os alunos não estão satisfeitos e os professores também não…
Alunos e professores [presumo que os encarregados de educação estão devidamente informados] estão de acordo quanto à inexequibilidade desta medida. Por um lado, não é possível formar uma bolsa de professores em cada área disciplinar para suprir as ausências ocasionais. Por outro lado, as actividades educativas exigem, de igual modo, tempo para o planeamento e preparação. Já ouvi exemplos de escolas que se organizaram no sentido de preparar estas actividades de modo a reduzir este tempo, servindo-se das temáticas da educação para… a saúde, ciência, cidadania, ambiente, educação para isto e para aquilo. A ideia é deixar ao professor um conjunto de materiais do tipo “fast-food”, previamente elaborados por uma equipa de trabalho criada para o efeito, para serem consumidos pelos alunos durante esse tempo. Espera-se do professor versatilidade, domínio de técnicas de persuasão e… obesidade [intelectual].
Resta saber qual é o preço a pagar pelos abusos.
Adenda: Última alteração do ECD – 15 de Novembro 2006
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