Nos dois textos anteriores dedicados à colaboração procurei enfatizar uma ideia: o ME ao exigir dos professores uma atitude colaborativa não está a ser totalmente sincero quanto ao seu empenhamento retórico no fortalecimento do professorado.
E esta minha convicção saiu reforçada depois de ler o documento de revisão do ECD: O ME delega nos professores a responsabilidade da implementação das mudanças, obrigando-os a prestarem contas a esse respeito e, ao mesmo tempo, atribui-se a si próprio a responsabilidade [centralizada] pelo desenvolvimento dos objectivos através de normativos que incidem sobre o currículo e avaliação. O que se verifica é que os processos de planificação e de concepção estão separados dos processos de execução.
Seria bom que os professores e as escolas [através dos seus órgãos directivos] denunciassem esta incongruência e reclamassem o poder de conceber e planificar. Só que esta exigência implica descentralizar e devolver o poder às escolas e aos professores. E como todos nós percebemos, o discurso hegemónico actual vai no sentido contrário: A desacreditação dos professores e delegação da culpa dos resultados escolares na escola. Para quê? Para que o poder continue reservado a alguns.
Não é uma pena que sejam os alunos a pagarem a factura destes jogos de poder?
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