O problema da educação é político! É, em primeiro lugar, um problema político. Entretenha-se a alterar a lente para observar os problemas da educação que encalhará, inevitavelmente, num problema político. Creio que o professorado tem descurado, ao longo das últimas décadas, a importância da política na educação e convenceu-se que, no interior das escolas, seria possível camuflar as imbecilidades e a desorientação dos nossos representantes com voluntarismos e investimentos pessoais desmedidos. Para mim é evidente que uma boa política terá de ser exequível. De boas reformas, de boas políticas sem condições de aplicabilidade, anda o mundo farto. E uma boa política é acção. Uma boa política é contagiante. E uma boa política tem de ser percebida pelos executores da política. Já que querem fazer dos professores simples operários [é como se pretendessem arquitectar uma ponte e começar a obra sem garantias de que o trabalhor entendeu a sua tarefa] certifiquem-se que o professorado entende a obra que querem edificar. Não me importo de correr o risco de defender uma tese alienante, mas não posso aceitar que os professores continuem numa cruzada de auto-flagelação motivada pelos problemas da escola. Vale a pena levantar os olhos e ver para lá dos muros da escola. Para quê? Para que os representantes políticos percebam que estamos atentos a eventuais trapaças e que não passarão incólumes.
A Isabel pergunta no comentário colocado na entrada anterior: [Para nós que andamos por cá…pela blogosfera] o que vale a pena discutir? … Talvez valha a pena discutir o que nos inquieta. Talvez… apesar de uma voz determinística me sussurrar ao ouvido dizendo: olha que quase tudo ficará na mesma. Uffa… quase tudo! E tem sido este QUASE que me tem mantido por aqui. João Paulo Serralheiro diz, e muito bem, que juntos temos que reinventar o sistema educativo…
…quem vier por bem que venha também! ;-)
Adenda: Hoje, deixei-me enredar por algum tempo. Foi um tempo de teia [http://tempodeteia.blogspot.com/]
Sem comentários:
Enviar um comentário