O diferendo entre os professores e o ME não tem fim anunciado. A negociação [espero que o ME reaprenda o significado de negociar] do estatuto da carreira docente (ECD), em meados de Março (?), irá manter o braço de ferro, particularmente no que concerne aos direitos e deveres dos professores.
Estamos a pouco mais de um mês do início da negociação e não se percebe se o ME irá aproveitar esta oportunidade para promover uma discussão que ultrapasse os muros da escola e que envolva todos os agentes educativos. É que a definição do conteúdo funcional do professor remete a discussão para o plano conceptual. Antes de definirmos o perfil ocupacional do professor é necessário definirmos a escola que queremos e o seu lugar na comunidade. As funções que o professor há-de desempenhar derivam de um movimento prospectivo que situe a escola num tempo vindouro.
A escola do futuro é, a meu ver, o quadro de referência para a definição das funções do professor. E que tipo de funções serão essas?
De docência?
De administração e gestão?
De investigação?
De acção social escolar?
De orientação escolar e vocacional?
De extensão educativa e de apoio à comunidade?
Estou apreensivo. Receio que este ME não tenha ritmo para acompanhar as exigências deste tempo e que a sua iniciativa bloqueie com a gestão corrente.
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