No Expresso do passado fim-de-semana (5 de Novembro) li um artigo que não me deixou indiferente, ao contrário da maioria dos artigos que se encontram por lá. “Uma escola só para alguns” é um texto assinado pelo colega Santana-Maia Leonardo que parte de um dos paradoxos da escola actual que se reclama de escola para todos, mas age como se fosse só para alguns. Como nem todas as pessoas nascem com as mesmas aptidões, a escola não pode continuar organizada omitindo esta evidência e actuar como se a diferença não existisse. Propõe uma reforma [se atendermos às medidas propostas a expressão é exagerada, mas se nos fixarmos no propósito de transformar a escola actual numa escola inclusiva o termo aí já me parece ajustado] do sistema educativo e, com os olhos na diversidade, sugere um conjunto de sete medidas [que eu me escuso de enunciar para não tornar este pequeno comentário maior do que o texto original], algumas das quais não concordo [nomeadamente, os exames no final de ciclo usados como instrumento diferenciador dos níveis de aprendizagem] outras merecem a minha anuência [o reforço da dimensão extra-lectiva facultativa, por exemplo] e uma delas ainda não me saiu da cabeça por não ter uma opinião formada:
“Quinta medida: a reprovação passaria a ser absolutamente excepcional, por forma a que o aluno pudesse concluir os 12 anos de escolaridade obrigatória em turmas com alunos do seu escalão etário (a diferenciação de saberes e competências faz-se através dos níveis).”
De um ponto de vista organizativo, a medida parece-me arrojada e revolucionária; do ponto de vista pedagógico, os diferentes ritmos de aprendizagem seriam determinantes no processo educativo; do ponto de vista institucional, a escolas assumiriam a centralidade nas políticas educativas…
Ficarei a matutar nos porquês..
Sem comentários:
Enviar um comentário