10 de setembro de 2005

Um caso de (des)orientação.

A orientação deste blogue podia ter sido outra: Tratar de outras temáticas, adoptar outro estilo, escrever no anonimato... Mas não quis que fosse assim. De nada me servirá conjecturar e disfarçar as minhas intenções. Desde o início que escrevo por necessidade. Quando descobri esta ferramenta já lhe tinha destinado a utilidade. Ela ser-me-ia útil, descomprometidamente [é a maior palavra de que sou capaz…]. E foi.
A discussão da escola tem sido fértil em discussões praticistas que visam satisfazer os caprichos da tecnocracia. São projectos, planos, mapas, conselhos, resmas de papel que é escrito para relatar pseudo intervenções. O poder central não encontrou formas mais eficazes de controlar as escolas e os professores. Criaram-se rotinas que subverteram o sentido da acção pedagógica. O registo transformou-se num fim em si mesmo.
O tempo de discussão e de reflexão escasseia. Paradoxalmente, a escola não pensa a educação nos seus diversos níveis de análise. Não existe a tradição da escola pensar a educação e as tertúlias quando acontecem são deslocadas para um covil qualquer sob um pretexto gastronómico.
Este blogue tem sido um prolongamento de um conjunto de discussões com outros intervenientes e simultaneamente transformou-se num bloco de notas. São apontamentos mais ou menos fundamentados, muitas vezes pouco sistematizados, sem pretensões académicas. Será um discurso de impotência sobre a coisa educativa uma vez que, por norma, não conduz a conclusão nenhuma, como diria o PJ [um comentador que estimo e que por vezes deixa aqui a sua marca].
É isso mesmo: um discurso inconclusivo. E ainda bem!

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