9 de setembro de 2005

(Des)Orientação…

Se há função em que a escola se deve empenhar profundamente é na orientação dos alunos. Se me pedissem para destacar uma temática cujas finalidades e objectivos conferem sentido à educação eu não me hesitaria em apontar a função de estímulo ao desenvolvimento da personalidade do sujeito como uma função essencial da escola. Embora sendo uma tarefa árdua e cada vez mais difícil porque a escola é cada vez mais homogeneizadora, o reconhecimento da idiossincrasia dos sujeitos é uma referência que a humanidade não pode perder. Uma das orientações importantes da escola actual, seria excessivo designá-la de função utilitarista da escola, é a função da integração dos sujeitos no mundo. A utilidade da educação é um eixo contínuo da evolução das práticas escolares, do currículo e do pensamento educativo, parafraseando Sacristán. Não podemos educar sem ter em conta a sociedade actual, sem habilitar os sujeitos a participar na sua cultura e nas actividades sociais. Isto não significa acomodá-los aos valores dominantes, mas capacitá-los para que de forma crítica e consciente escolham o mundo e as circunstâncias em que pretendem viver. Esta função da educação implica preparar os indivíduos para a participação na economia, na vida social e política, nas relações sociais. Não significa cair num pragmatismo desalentado como nos querem fazer crer as pressões neoliberais. Mas também não podemos menosprezar a importância da vida produtiva do mundo das relações sociais e cair no erro de procurar educar para uma sociedade inexistente.

Isto a propósito de dois comentários [do Miguel e do MJMatos] que li no blogue Que Universidade que nos convidam a pensar nas questões da orientação escolar e que não me deixaram indiferente.
Voltarei ao assunto, sem soluções na manga.

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