Quem trabalha e cuida de pessoas já viveu a emoção da despedida. A intensidade da relação sócio-afectiva marca, forçosamente, os actores educativos. É frequente ver uma lágrima ao canto do olho no virar de página que pode significar uma breve interrupção de uma relação educativa, como pode anunciar um corte e um afastamento indefinido do aluno ou grupo de alunos [no final de ciclo]. O final do ano lectivo é denso de sensações, purificador de energia, direi, previsivelmente incerto. Aqui e ali traçaram-se os destinos e projectaram-se as expectativas sobre os alunos.
- Eu acho que a X será uma excelente médica e o Y um bom professor.
- Talvez, mas a Z, essa será uma engenheira de sucesso e o H será um excelente calceteiro[?].
- E a W? Só a imagino como uma magnífica dona de casa[?].
[Reparem como os problemas de co-educação se manifestam nestas apreciações]
Não importará tanto verificar a falibilidade das previsões. Importará, acima de tudo, que o exercício recupere a dúvida permanente sobre o acerto no diagnóstico, ou melhor, nos diagnósticos e nas acções que lhes sucederam. A hora da despedida é sempre um ajuste de contas entre o que foi feito e o que deveria ter sido feito. E como ficamos felizes quando não descobrimos diferenças.
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