Enquanto a educação do superior parece enredar-se com as questões que derivam do processo de Bolonha e com as dificuldades em conciliar a investigação e a docência, nós por cá continuamos na expectativa à espera que a bordoada chegue.
Um pouco por todo o lado [claro que me refiro às escolas situadas e aos locais frequentados pelos professores] ouvem-se as lamúrias de sempre acerca dos exames nacionais do básico, do prolongamento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano, das experiências fracassadas nos agrupamentos de escolas, das reconduções duvidosas dos órgãos de gestão, das nomeações e despejos dos altos cargos da administração escolar.
Vítimas dos cortes orçamentais na despesa pública os professores preparam-se para uma nova travessia no deserto: O congelamento da progressão nas carreiras e dos salários, a sobrecarga de tarefas administrativas e a intensificação do trabalho, a passagem para as autarquias da responsabilidade de recrutamento dos docentes deixando a classe docente vulnerável aos ataques dos caciques locais.
Enquanto não chega a paulada os professores vão reagindo como se já a tivessem levado e, bem pior do que isso, estendem o seu dorso convidando o castigo.
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