"O secretário-geral da Fenprof defendeu esta sexta-feira, no Porto, que os agrupamentos escolares criados em 2003 devem ser reavaliados por serem «destituídos de racionalidade pedagógica» e «merecerem nota negativa da maioria dos professores»."
A notícia refere que Paulo Sucena critica o facto dos agrupamentos terem sido criados de «forma autocrática, sem ouvir a opinião das escolas e das autarquias.
O sindicalista, lançando o seu olhar aos dados de um estudo a apresentar num encontro nacional sobre agrupamentos de escolas, assinala a insatisfação dos docentes em aspectos relacionados com a dimensão do agrupamento, os recursos materiais e financeiros e a autonomia e gestão.
Sobre este assunto apraz-me dizer o seguinte:
A criação dos agrupamentos foi acelerada por imperativos de ordem financeira e económica. Gastar menos e melhor foi a razão de fundo que motivou uma medida administrativa cujos resultados ficaram aquém do previsto. Se não tenho dúvidas que se gasta menos cosendo as escolas umas às outras, hesito em afirmar que se gasta melhor.
Ainda não consegui olhar para fora dos muros da escola. Enquanto alguns dos problemas básicos das escolas persistirem por resolver não me parece viável associar escolas, enredando as soluções. E que problemas são estes? É a comunicação, o trabalho colaborativo, a construção e reconstrução do seu projecto educativo, a simplificação das tarefas administrativas.
Há que procurar respostas para as seguintes questões: Como facilitar as redes de comunicação internas? Como criar uma cultura de colaboração nas diversas estruturas escolares rejeitando as culturas individualistas instituídas? Como é que se abre uma escola ao aluno [porque é no ALUNO que se concretiza efectivamente a ligação Escola/Meio]?
Este seria o momento [houvesse tempo] de falarmos de liderança, ou melhor, de formas de promover nos outros a liderança, da formação inicial e contínua, de motivação, etc., etc.
Sem comentários:
Enviar um comentário