A agenda da educação escreve-se no plural. Não se circunscrevendo às iniciativas ministeriais e às notícias fabricadas pela comunicação social, a agenda dos actores educativos nem sempre coincide com os assuntos tornados públicos na informação tradicional.
Enquanto reflectia sobre “uma proposta integradora para Portugal” – o caso das engenharias e das tecnologias – decorrente do processo de Bolonha [o assunto ainda não se esgotou], o Manuel quase que passava despercebido com a sua ideia de trabalho, deveras inovadora. A radicalidade da proposta ultrapassa largamente a discussão iniciada pelo Ademar referente à monodocência/pluridocência no primeiro ciclo do ensino básico.
À procura de uma brecha na balcanização disciplinar, este meu amigo sugere “um espaço, coordenado por um elemento de História (não há nenhuma disciplina que não toque na - sua - História) e que faça a ponte sobre conhecimentos, práticas, metodologias, estratégias, recursos didácticos. Isto é, é um gabinete de ideias que coordena acções práticas, lectivas das disciplinas e dos docentes que para isso se disponibilizem, coordenando formas de compensação, estruturando apoios, definindo tarefas, implemento acções, apoiando docentes e práticas docentes. […] Implica, ainda, que se trabalhe acompanhado na sala de aula e não apenas um elemento.”
Definido o perfil dos mediadores dos projectos ou dos elementos que integrem esse tal gabinete de ideias [que não terá de ser, a meu ver, um professor de história como propõe o Manuel], criadas as condições administrativas e preparado o terreno afectivo para a mudança, temos aqui o embrião de uma reforma [e não tenho qualquer pejo em utilizar o vocábulo] de baixo para cima que nunca foi possível experimentar no nosso sistema educativo.
Enquanto reflectimos e burilamos esta ideia, fica desde já a minha promessa de regressar às metodologias de cooperação e colaboração apresentando uma proposta concreta para ser discutida e analisada aqui na blogosfera.
Sem comentários:
Enviar um comentário