Apercebo-me pelo comentário deste amigo que da minha escrita emerge um tom negativo, pessimista, algo desolado. Querem ver que me deixei contaminar pelo ambiente que se vive nas escolas situadas? A ser verdade, como poderei induzir entusiasmo nos outros se eu próprio começo a ceder aos constrangimentos e às conjunturas adversas?
Se fosse director executivo estaria muito preocupado com o ambiente escolar. Fullan e Hargreaves (2001: 144) consideram que “as escolas tendem a ter os professores que merecem. Os directores (presidentes) que controlam todas as decisões obstruem as iniciativas, preferem culpar antes de elogiar, só vêem problemas onde os outros vêem possibilidades, criam professores desanimados e abatidos. Do ponto de vista ético, pode não ser correcto os professores desistirem e retirarem-se, em face de tanto negativismo ou indiferença por parte dos seus líderes, mas esta será a reacção de muitos, o que é compreensível do ponto de vista humano”. Mas, garanto-vos, não é este o meu caso. Embora não exerça, neste momento, qualquer função directiva não posso, nem quero, desviar-me dos problemas que bloqueiam o trabalho dos professores. O meu entendimento de colaboração exige que por cada denúncia de dificuldade apareça uma proposta de resolução. E é nesta via que quero continuar a circular.
Evocava um 25 de Abril de esperança e de ambição. Conhecem outra forma de atacar na raiz a crise da escola?
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