A monodocência versus pluridocência no 1º ciclo tem ocupado a agenda virtual de vários colegas. O Ademar deu o mote, o Miguel deu-lhe visibilidade e o Manuel opinou.
Como não há proposta que não desemboque em perversidade, o problema podia ser colocado desta forma: Qual dos dois paradigmas degenera mais? A monodocência ou a pluridocência? Evitarei entrar por aqui [é um efeito purificador das mini-férias].
Como ainda não formei uma opinião consistente sobre o assunto esboço duas ideias dispersas:
1. Olhar o problema pelo lado da comunicação é um dos eixos possíveis na análise do assunto. Os problemas da comunicação não se situam, apenas, na relação com o aluno. A investigação destaca o individualismo, o isolamento e o «privatismo» como formas particulares daquilo a que se tem chamado culturas do ensino e que afectam os professores no seu trabalho, desde o pré-escolar ao superior. O que não está provado é que a preferência dos professores pelo isolamento terminaria logo que fosse desmoronado o refúgio na segurança imaginada da sala de aula e se abrissem as portas à observação e avaliação presencial dos professores. Teríamos, provavelmente, professores mais sozinhos entre a [sua] gente.
2. Olhando para o problema pelo lado do currículo. É frágil o argumento que um professor não exercerá convenientemente a sua função no 1º ciclo porque não domina o conjunto de áreas curriculares e não-curriculares. Não se exigirá a um professor do 1º ciclo o grau de aprofundamento dos conteúdos disciplinares [diversificados] dos seus colegas do nível de ensino subsequente. O argumento de que um professor pode adoptar uma área disciplinar [por vocação ou outra razão qualquer] depreciando as restantes pode ser usado para decompor ainda mais o espectro disciplinar e intra-disciplinar.
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