23 de janeiro de 2005

Intencionalidades pré-eleitorais.

Apressadamente e sem grande entusiasmo li na diagonal os programas eleitorais do PSD e do BE. A previsibilidade do desfecho eleitoral fez com que aguardasse com maior expectativa o manifesto eleitoral do PS. Importava perceber as prioridades da política educativa e detectar continuidades e roturas com o passado. Da primeira leitura do documento [tenciono regressar com outro olhar, mais cuidado e orientado] destaco as cinco ambições para a legislatura:
. Alargar a escolaridade obrigatória até ao 12º ano ou 18 anos de idade;
. Alargar progressivamente a educação pré-escolar a todas as crianças até aos 5 anos de idade;
. Activar os programas de educação e formação para adultos;
. Desconcentrar competências para a administração regional, autarquias e escolas, mantendo o ME as funções de financiamento, regulação do sistema, desenho e desenvolvimento curricular, avaliação e inspecção;
. Enraizar em todo o sistema a cultura e a prática da avaliação e de prestação de contas.

Dois aspectos instrumentais, nomeadamente, a valorização do serviço público da educação e o reforço da autonomia das escolas, enfatizam uma concepção de educação inclusiva e de igualdade de oportunidades.

No manifesto eleitoral não vi qualquer referência [declarada] às implicações do processo de Bolonha no ensino não superior. Será que a aproximação do ensino secundário ao ensino profissional é o sinal do tal choque tecnológico anunciado para o sector?
Ou será que no entendimento dos responsáveis pela elaboração do manifesto eleitoral o processo de Bolonha se circunscreve ao ensino superior?

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