Raramente sintonizo a TVI. Da sua programação destaco dois dos seus programas por razões bem diversas: Os jogos de futebol do glorioso que ocupam aquele espaço dedicado à emoção e à paixão dispensando qualquer acrescento de razão; E o jornal da TVI quando é coadjuvado pelo professor Marcelo. Sobre o meu primeiro destaque não tecerei qualquer comentário porque sem esta coisa do desporto a vida não nos chega, não nos satisfaz. Contudo, a vida “séria” tal e qual ela nos é apresentada pela informação diária sofre tantas distorções quantos os olhares que sobre ela são perspectivados. Isto é, os acontecimentos não nos chegam no seu estado “puro”. Vão sendo decompostos, reconstruídos, filtrados. Os Marcelos da nossa televisão ampliam a representação da vida. Não sei se a diluição das fronteiras entre a informação e o espectáculo não terá impulsionado um novo paradigma jornalístico? É, porventura, um assunto que suscitará novos olhares.
Voltando à programação da TVI e ao jornal de domingo. Habituei-me a ouvir o professor Marcelo e sempre achei graça ao seu estilo douto e ligeiro. Aprecio a agilidade com que aborda os assuntos e a acutilância dos comentários mais do que a substância das suas opiniões. Pela minha parte, os dirigentes do seu partido escusavam de ter provocado a saída do professor do mediatismo televisivo quando ele virou o bico ao prego.
Será desta que o feitiço se virará contra o feiticeiro?
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