4 de outubro de 2004

“Ranking”

A divulgação dos resultados dos alunos nos exames nacionais do 12º ano e os olhares suscitados por este acontecimento mediático reflectirão as expectativas dos órgãos de comunicação social, bloguistas, pais, professores, etc., acerca da escola.
É um pretexto para falar da escola e da sua enorme complexidade. É uma nova oportunidade para que cada um fale das suas crenças, ideologias e utopias. Na maior parte dos casos o que se escreve sobre o assunto não poderá ser levado a sério. A falta de rigor e a ligeireza das generalizações hipotecam a seriedade da análise. Porque estamos numa época de ordenações, aguardarei a publicação de outros “rankings”: Do civismo, da autonomia, da solidariedade, do rendimento desportivo, da saúde, do grau de satisfação dos actores educativos, das relações da escola com o meio, etc. O mais importante é saber quem são os melhores e os piores alunos, as melhores e as piores escolas.
Num outro quadrante bem distante, as escolas e os conselhos pedagógicos não podem ficar indiferentes aos resultados dos seus alunos nesta competição nacional. Há que interpretar os resultados utilizando os critérios que, em cada contexto escolar, sejam mais adequados para retractar essa realidade singular.

Como dizia, cada um de nós enfatizará da publicação das listas o que mais lhe convier. E já que falei de análises enviesadas aproveito para fazer a minha. Encontrei o segredo do sucesso para as escolas que pretendam atingir os primeiros lugares do ranking. “Um estilo de ensino assente na harmonia das relações interpessoais e num quadro docente estável com 99% dos professores no quadro. [...] Um projecto educativo que transforme a escola numa comunidade educativa e numa verdadeira escola cultural.” [in: Expresso 2/10/04]

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