13 de julho de 2008

Evidências

"[...] seria desejável transformar a Educação Física na disciplina nuclear de acesso ao ensino superior, fosse qual fosse o curso! Claro que as outras seriam seleccionadas em função do destino de cada um. Ao dar importância a esta disciplina, desde a infância até ao décimo segundo, e mesmo a nível superior, permitiria obter ganhos inimagináveis com investimentos mínimos.
Vejamos: a maioria das doenças, ditas da civilização, têm a ver com um sedentarismo crescente. Enfartes do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais, hipertensão arterial, dislipidémias, diabetes, obesidade, algumas formas de cancro, doenças músculo-esqueléticas, osteoporose, depressões, ansiedade e agressividade, só para citar algumas, estão relacionados com a falta de utilização do corpo. Passamos a maior parte do tempo, sentados ou deitados. A falta de mobilização corporal é uma verdadeira praga. Ao criarmos uma consciência para a prática desportiva, desde tenra idade, e valorizando-a, tal como disse, como a prova número um de acesso ao ensino superior, obteríamos uma sociedade com características muito diferente da actual.
Como combater com mais eficiência a toxicodependência? Praticando desporto. Como combater o consumo de tabaco? Praticando desporto. Como combater o alcoolismo? Praticando desporto. Como combater a diabetes e a obesidade? Praticando desporto. Como tornar os jovens e adultos mais solidários e generosos? Praticando desporto. Como ensinar os jovens a serem mais respeitadores das normas e das leis? Praticando desporto. Como melhorar a aprendizagem escolar? Praticando desporto. Muitas outras perguntas de importância capital teriam a mesma resposta. E porquê? Porque os que praticam desporto têm uma vida mais longa e saudável, são mais generosos, mais simpáticos, menos agressivos, com menor tendência para o crime, têm menos depressão e ansiedade, suicidam-se menos, são mais felizes, mais ordeiros, mais produtivos, mais competitivos, com mais auto-estima e muito mais...
As consequências imediatas e a prazo traduziriam-se, além das já enunciadas, numa economia difícil de quantificar, com menos recursos às consultas, menos hospitalizações, redução do consumo de medicamentos e uma maior produtividade a todos os níveis, enfim mais riqueza.[...]"
[in: Quarta República]

Sem comentários: