O que o presidente da república quis dizer à ministra da educação foi o seguinte: senhora ministra, veja lá o que se passa com o “seu” sistema escolar, olhe que eu tenho aqui na mão um estudo científico que me diz que há iliteracia histórica dos jovens portugueses.
É evidente que o presidente da república, se quisesse, podia agarrar numa resma de estudos científicos, a maioria dos quais esquecidos nas estantes das bibliotecas universitárias, e dizer à ministra da educação: senhora ministra, como vê, tenho aqui na mão uma resma de estudos científicos realizados nos ISCTE’s ou nas Católicas deste país, que provam que temos mais problemas que soluções. Veja lá o que se passa com o “seu” sistema escolar, olhe que eu tenho aqui na minha pasta um estudo que considera um problema de saúde pública a prevalência de pré-obesidade dos nossos jovens, e tenho aqui outro, espeeere um pouco... ah, já o encontrei..., hummm... este diz que há um problema com a iliteracia matemática, olhe os resultados do PISA... e tenho este da violência escolar... enfim, veja lá o que se passa no “seu” sistema escolar e trate de resolver os problemas antes que perca a elevada consideração que tenho por si.
A ministra da educação ouviu e prometeu que vai agir já, ou melhor, vai reagir já. Das medidas a anunciar, disse em surdina ao presidente, estão pensadas as seguintes: Reforço do número de horas semanais na disciplina de história em todos os ciclos, do básico ao secundário; Será elaborado um plano de emergência para o combate à histórico-exclusão e será criada uma comissão de acompanhamento que, por acaso, já tem um@ presidente; A disciplina de história será obrigatória no pré-escolar e @s educador@s terão de frequentar acções de formação para passar a incluir a história da democracia nos contos ditos em voz alta antes da sesta. Isto são as medidas que me ocorreram sem conversar com os meus acólit... com os meus secretários de estado, revelou a ministra enquanto deixava escapar um sorriso zombeteiro.
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