A colega Isabel Guerreiro, via Paulo Guinote, desafia-nos à participação no debate público “promovido” pelo governo acerca do novo regime jurídico da administração escolar.
À ideia de promover um debate público em torno da proposta do novo regime jurídico da administração escolar subjaz uma intenção política: influenciar o curso dos acontecimentos, isto é, evitar a destruição da escola pública.
Conhecendo o estilo autista deste governo e, em particular, do seu líder, o bom senso recomenda que se baixe o nível das expectativas. Os alicerces da escola pública continuarão a ser minados [é aqui que as minhas expectativas estão no grau mínimo] porque assim o determina a ideologia deste governo embora a sua retórica procure demonstrar o oposto. Apesar de não acreditar na mudança de política, é possível não a legitimarmos pelo silêncio e conformismo. É neste sentido que vejo algum interesse no desenvolvimento de iniciativas que denunciem as perversidades das políticas educativas.
A questão que se deve colocar é saber em que palcos se devem desenvolver essas iniciativas. Sabendo da influência cada vez mais crescente da comunicação social na construção da opinião pública e do senso comum, é, a meu ver, aqui que nos devemos concentrar. Fazer o debate público junto do público, na internet, nos jornais e nas revistas da especialidade, e, de preferência, nos jornais de massas. O debate físico envolvendo um elevado número de participantes é cada vez menos viável e produz efeitos residuais no grande público.
A minha proposta é simples: usemos todos os canais de comunicação que estão ao nosso alcance para, em tempo útil [o debate público terá aproximadamente três semanas], dizer ao nosso público que nos demarcamos das medidas que visam acabar com a escola pública republicana, laica e, por que não, democrática.
Legitimar pelo silêncio é que não!
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