“O Parlamento Europeu defendeu hoje, ao aprovar um relatório sobre o papel do desporto na educação por 590 votos a favor, 56 contra e 21 abstenções, que a educação física deve ser obrigatória na escola primária e secundária, com pelo menos três aulas por semana. O relatório da Comissão da Cultura e da Educação do PE refere que em Espanha, Portugal e Itália os níveis de excesso de peso e de obesidade são superiores a 30% nas crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 11 anos.Estas recomendações sugerem-me apenas dois breves comentários: o primeiro formula duas simples questões que traduzem a minha estupefacção diante da nossa triste realidade; o segundo revela a minha desconfiança nos actuais responsáveis políticos quando confrontados com recomendações que sugerem a inversão do rumo das suas políticas.
O PE propõe que o horário escolar inclua, pelo menos, três aulas de educação física por semana, embora as escolas devam, na medida do possível, ser incentivadas a ultrapassar este objectivo mínimo; para que haja um equilíbrio entre as actividades físicas e intelectuais durante o período escolar.
Os eurodeputados exortam os Estados-Membros a investir em instalações desportivas de qualidade nos estabelecimentos de ensino e nos centros de treino e afirmam ser favoráveis à concessão de incentivos aos clubes desportivos; que celebrem acordos de colaboração com escolas, estabelecimentos de ensino, centros de jovens, e outras organizações comunitárias ou de voluntariado envolvidas em projectos no domínio da aprendizagem ao longo da vida.
O aumento da obesidade em toda a Europa, nomeadamente entre os jovens, é alarmante e constitui uma grande preocupação no domínio da saúde pública. O número de crianças da União Europeia com excesso de peso e obesidade aumenta em mais de 400.000 por ano, para além dos mais de 14 milhões de cidadãos europeus que já têm excesso de peso (incluindo, pelo menos, 3 milhões de crianças obesas), indica o relatório de Pál SCHMITT (PPE/DE, HU).
De acordo com os dados do relatório, a obesidade afecta actualmente 21 milhões de crianças na UE. Na UE-27, o excesso de peso afecta quase uma em cada quatro crianças. Em Espanha, Portugal e Itália os níveis de excesso de peso e de obesidade são superiores a 30% nas crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 11 anos. As percentagens do aumento do excesso de peso e da obesidade na infância variam, com a Inglaterra e a Polónia a registarem os maiores aumentos. Em termos gerais, as crianças estão em pior forma física do que a geração dos anos 70 e 80.
Não é tanto o aumento da dose de calorias que provoca o excesso de peso, mas a inactividade física: as crianças não comem mais, mexem-se menos, afirma o relator.
Nos últimos anos, o tempo atribuído à educação física em toda a UE diminuiu gradualmente: desde 2002, foi reduzido de 121 para 109 minutos por semana para a escola primária e de 117 para 101 minutos para a escola secundária.” (appefis)
1. Não sei o que dizer dos 90 minutos semanais de EF atribuídos aos profissionais? E o que pensar dos 45 minutos semanais atribuídos aos CEF’s?
2. Como enquadrar estas recomendações numa escola de matriz taylorista?
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