24 de julho de 2007

Professor – De transmissor a mediador da informação…

Anunciado o programa Plano Tecnológico para a Educação apareceram as críticas que antecipam um conjunto de problemas, que podem ser agrupados em quatro áreas:
1. Segurança dos equipamentos e das redes de informação;
2. Manutenção dos equipamentos;
3. Financiamento dos consumíveis e renovação/actualização do equipamento;
4. Reconfiguração do papel do professor com reforço da função de mediador no acesso à informação.
Os problemas das primeiras três áreas são de fácil resolução.
Os problemas com a segurança e manutenção dos equipamentos podem ser resolvidos: por um lado, através da criação da carreira profissional de auxiliar técnico informático (é uma das saídas para os alunos do curso profissional de informática); e por outro, acabando com o espartilho normativo da gestão do crédito horário dos docentes.
O problemas relacionados com o financiamento serão suportados inicialmente com os dinheiros de Bruxelas e quando a fonte de Bruxelas secar será necessário aproveitar a “boa-vontade” empresarial (a TMN já deu o primeiro passo sendo o parceiro privilegiado no programa novas oportunidades) e reforçar os orçamentos das escolas.

Os problemas de maior complexidade e de difícil resolução têm que ver com a reconfiguração do papel do professor por via da alteração dos modos como se produz o conhecimento. De dono e detentor da informação, o clássico transmissor (professor) passará a ser, dentro da sala de aula, um mediador no acesso à informação. É natural que esta mudança estrutural seja geradora de conflitos e de resistências. Estamos numa zona de incerteza onde o professor, a partir da sua percepção da situação, quer controlar. Não quer perder protagonismo, não quer perder o poder, teme que o já depauperado estatuto profissional se degrade ainda mais.
Não quero enveredar por uma visão fatalista mas o ofício de professor, tal e qual o reconhecemos hoje, poderá estar em risco de extinção.

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