“Os activos e os recursos humanos têm de ser muito mais abertos. Temos de ter muito mais mobilidade, as pessoas não podem estar no mesmo emprego toda a vida.”Ao insistir na repetição de um disparate, eleva-se o risco de ele vir a ser incorporado no discurso do senso comum. Não é de admirar que os arautos neoliberais veiculem a ideia de que as pessoas não podem estar no mesmo emprego até ao final da vida e que essa ideia seja incorporada nos discursos dos próprios (des)empregados deste país de faz-de-conta.
António Carrapatoso – presidente da Vodafone, porta-voz do movimento Compromisso Portugal (Visão, 28/06/07)
Quem educa, por obrigação ou opção, procura apetrechar os sujeitos com as ferramentas mais adequadas para enfrentar a mudança (de profissão, situação, vocação, etc.).
Reconhecer a obrigação e a necessidade de preparar os sujeitos para uma mudança nefasta, não significa que se é indiferente aos ventos da mudança. É que não está em jogo a aceitação tácita de uma mudança danosa. Bem pelo contrário: há que lutar contra os vendavais pós-modernistas que arrasam os direitos sociais que reforçam o valor da dignidade humana. A estabilidade no emprego é um desses valores. O emprego para toda a vida é um direito e uma ambição legítima para qualquer cidadão.
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