Um serviço de vigilância reteve-me numa sala de exame durante 2 horas. Nada de extraordinário não fosse a situação insólita de estarmos dois vigilantes a vigiar um aluno. Na sala ao lado, 2 vigilantes e 2 alunos. Nas restantes salas, o cenário era semelhante.
Passaram apenas 30 minutos e o aluno terminava o seu trabalho colocando a prova num canto da mesa e iniciava uma indeterminável odisseia de rabiscos na folha de rascunho. Pelo seu ar de enfado só posso presumir que se terá arrependido de ter entrado na sala…mas nem isso fui capaz de averiguar. E ali ficámos os três, calados, mumificados, absortos nos pensamentos.
Esta situação atípica e estupidificante retrata fielmente a rigidez da organização escolar. Qualquer organização que cuidasse da gestão eficiente dos seus recursos humanos não permitiria tamanho desperdício de tempo e de inteligência. Mais, se a organização escolar valorizasse as qualificações dos seus quadros nunca permitira que os professores se ocupassem deste tipo de serviços… que deveriam ser realizados por auxiliares da acção educativa. Mas não é por aqui que pretendo ir… já que nos remeteria para a definição do conteúdo profissional do docente.
O que quero relevar é falta de agilidade da organização escolar que decorre da excessiva centralização da decisão.
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