Desidério Murcho vai persistindo na sua luta inglória, dando continuidade ao labor de Nuno Crato, contra um inimigo sem rosto - o “eduquês”. É uma luta inglória porque todos aqueles que discutem a educação podem ser, de um modo ou de outro, conotados com os eduqueses, a não ser que existam eduqueses no seu estado puro [conhecem algum?]: defendendo teses que aos olhos dos outros sejam “facilistas”; propondo alterações aos desenhos e conteúdos curriculares que promovam directa ou indirectamente o laxismo e a falta de exigência; incrementem o “classismo” sob a bandeira da inclusão e da justiça social.
Não quero ser redundante na defesa da escola geral livre da formação profissional, mas já defendi por aqui que é preciso romper com missões “apêndices” à escola. É preciso reduzir sem empobrecer! E empobrecer a escola é pensar na pessoa como um ser unidimensional. Empobrecer a escola é pensar que a dimensão sócio-afectiva do sujeito pode ficar no portão de entrada enquanto que as dimensões cognitiva e psicomotora podem ser buriladas nas salas de aula.