Duas ideias emergem desta intervenção:
- A ideia subliminar contida neste tipo de discursos, que nos fazem lembrar o período do Estado Novo e a apologia da submissão e da subserviência, é um cancro para a democracia. Ninguém ousa negar o direito à indignação mas começa a ser demasiado evidente que os partidos políticos, sem excepção, lidam mal com a contestação. O que não deixa de ser paradoxal.
- A ideia de que vale a pena adoptar um estilo “pendura” porque é menos arriscado politicamente [não existindo qualquer comprometimento com uma decisão favorável ou desfavorável não há perdas] e permite ir a reboque dos ganhos colectivos.
Vejo este estilo, nos docentes críticos da pretensa inacção sindical que se recusam [legitimamente] aderir ao movimento; vejo este estilo, nos docentes que insistem nos apelos à intervenção de forças exteriores à escola [procurando apoios nas elites…] demitindo-se da participação política no interior da escola; vejo este estilo, nos docentes que se lastimam pela inexistência de uma Ordem de professores aguardando que ela surja por geração espontânea, não dando um passo, sequer, para persuadir os colegas sobre as vantagens deste movimento.
Os fedorentos diriam que falam, falam, mas não os vemos a fazer nada…
Nem é preciso, digo eu, alguém abrirá o caminho por eles!
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