Enquanto lia a regulamentação do 1º concurso para professor titular, ocorreu-me o tema da motivação. À luz das mudanças introduzidas pelo novo ECD, que razões encontram os professores para promover o seu auto-aperfeiçoamento profissional? Será que os motivos que levam os professores a buscar a excelência profissional foram devidamente identificados pelos responsáveis da aberração legislativa?
Não me proponho avançar para um estudo exploratório para saber se os motivos que levam os sujeitos à prática docente aumentaram ou diminuíram nos últimos anos. Nem tão-pouco me interessa saber como se vai regenerando o mosaico motivacional ao longo da vida profissional de um docente.
Fico-me pelas questões mais simples. Fico-me pelo óbvio: Não adianta escamotear a influência dos factores motivacionais exógenos, nomeadamente, os incentivos monetários, as expectativas de progressão na carreira e o reconhecimento dos outros não pares.
O que vemos? Uma carreira mal paga, encurtada coercivamente e sem qualquer perspectiva de valorização social.
Qualquer político que não padeça de insanidade mental, que não se deixe alienar por resultados favoráveis de sondagens inócuas, que não olhe para a escola com a mesma lente que é utilizada para observar uma fábrica de chouriços, perceberá o óbvio: a escola será amanhã, mais do que ontem, uma escola do faz-de-conta.
O que me desagrada profundamente, mais do que o desgaste por persistir na defesa das minhas crenças, é que começam a rarear os argumentos para animar os que me estão próximos.
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