No editorial de hoje do DN, João Morgado Fernandes escreve sobre os equívocos da admirável nova Web. Considera o jornalista que um dos equívocos mais perigosos é a associação implícita que está a ser feita entre o novo boom da Internet e o aperfeiçoamento da democracia. Argumenta que a febre participativa apenas reflecte os desequilíbrios existentes de poder, à escala nacional e global, e que a Net nada poderá fazer para interferir nesse status quo. A influência política é apenas uma excepção que confirma a regra. A Net potencia ainda a desarticulação das mais elementares regras de convivência – desrespeito pelos direitos de autor, regras de conduta e a própria lei, isto é, “o mundo virtual ainda não encontrou o seu paradigma civilizacional. […] A Net tem, obviamente, enormes potencialidades, de lazer e informação, por exemplo. Mas convém, agora que temos esse poderosíssimo instrumento ao nosso dispor, estarmos conscientes dos seus limites.”
A Net é apenas, e agora sou eu a dizer, instrumental. É um meio que deve subordinar-se aos princípios e aos fins. Entre os meios, os princípios e os fins deve haver um equilíbrio e uma coerência. O único sentido dos meios é serem a condição de realização dos fins. E qual é o fim da democracia? É uma possibilidade de realização da pessoa, de todas as pessoas. Repito, a Net é apenas um meio. A Net só pode ser uma alavanca para o desenvolvimento da democracia se for uma alavanca para o desenvolvimento da pessoa. Há que decifrar, discernir, dar um sentido a esse amontoado de informação que é muitas vezes contraditória...
É aqui que entra a educação! É aqui que entra a Escola! É aqui que entram os professores!
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