29 de novembro de 2006

Teoria da conspiração

Tenho um grande amigo, que por acaso é enfermeiro e pai [que grande injustiça… está bem, nada disso foi por acaso], e com o qual tenho mantido as discussões mais prolongadas e duras sobre tudo e sobre nada. Como grandes amigos que somos, não temos por hábito poupar as críticas e os desabafos. Confesso que muitas das discussões que alimentamos não têm ponta que se lhe pegue para quem nos vê e ouve ao perto, porque é frequente começarmos pelo fim. Isto é, como é longo o histórico da controvérsia, o tema mal é lançado, partimos de imediato para as conclusões. Por vezes chega a ser surreal.
Isto para dizer que hoje fui procurá-lo para cuidar de algumas maleitas típicas de um desportista enferrujado. Ainda não tinha acabado o cumprimento, depois de lhe revelar que a minha escola fora fechada a cadeado pelos alunos, já o primeiro disparo provocador tinha sido lançado:
- Não me digas que os professores estiveram por detrás dessa rebelião?… Negas que reprovam a iniciativa?
Afinal, limitava-se a reproduzir a teoria da conspiração veiculada na comunicação social pelos nossos responsáveis políticos. De seguida, enuncia alguns exemplos mais ou menos caricatos em sectores de actividade onde o empregador cuida de substituir o empregado nas ausências de curta duração. Aproveitei para o conduzir ao seu mister para ver se a luz aclarava o seu temperamento neoliberal:
- Se um ortopedista faltar no dia da operação devidamente agendada, é ou não legítimo ser substituído por um otorrinolaringologista? Ou na melhor das hipóteses por outro ortopedista que se liberte de meia dúzia de consultas de rotina?
- … Um cirurgião?... Um enfermeiro está habilitado para substituir um colega em qualquer serviço.
- …
Pois… afinal fora mais um desabafo!

Adenda: O Vento Mudou e a Censura Voltou! Ou não?

Director da Pontos nos ii alega intervenção nos conteúdos.
O director da revista mensal sobre educação Pontos nos ii, desenvolvida pela Texto Editores, afirma que a editora decidiu interromper a publicação na sequência de divergências sobre os conteúdos editoriais.

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