Não acredito em líderes heróicos nas organizações complexas, como é o caso das organizações escolares. Prefiro um líder que se empenhe em induzir a liderança nos outros e nunca me revejo num líder que concentra em si o poder e o protagonismo da mudança. Nenhum sistema de controlo pode ser mais eficaz do que o comprometimento pessoal de cada um dos actores. Um líder que cultive a liderança nos outros sabe que a organização crescerá para além da sua presença ou da sua saída. Ora, não é este líder que é reclamado pelo ECD imposto pelo ME. O ECD imposto pelo ME procura líderes heróicos: Na figura do presidente do conselho executivo e na figura do coordenador do departamento estão representados os líderes mais competentes e com melhor estatuto remuneratório. Ao limitar a liderança escolar a apenas dois níveis de aplicação não é crível que emirja um envolvimento genuíno de todos, tanto mais que se apela a um sistema de partilha concorrencial assente num sistema de incentivos pouco claro e ambíguo [e nem precisamos de ver (ainda está por regulamentar) o novo sistema de avaliação].
Aos motivos que me levam a discordar do ECD imposto pelo ME, junto este: o tipo de liderança que o ECD promove gera entropia e não cria as condições necessárias ao desenvolvimento individual e organizacional.
Sem comentários:
Enviar um comentário