25 de outubro de 2006

Conversa da treta…

Foi através do blogue Ensinar na Escola que li um excerto da entrevista do Nuno Crato (NC) ao www.educare.pt. Do diagnóstico dos problemas da Educação, NC destaca “o centralismo ministerial que retira às escolas a possibilidade de contratarem os melhores professores, arranjarem soluções adequadas às suas especificidades, etc.”
Não vou questionar o “modus operandi” da selecção de professores que NC advoga, nem o sistema de competição das escolas pelos “melhores professores”, nem tão-pouco me irei interrogar se há algum aluno que mereça ser contemplado com um mau professor [presumo que na hierarquia dos professores seleccionados alguém teria de ficar no fundo da tabela mesmo admitindo que muitos dos maus professores fossem excluídos do sistema].
O que me interessa destacar desta afirmação é uma incoerência de fundo que convém esclarecer, sob pena de NC poder ser acusado de adoptar o mesmo tipo de discurso que ele próprio repudia e que legitimou a edição do seu livro “Eduquês”:

É que o tipo de ideologia que produz situações de competitividade e de selecção entre escolas, professores [e na mesma linha, os alunos], resultam numa recentralização do poder de decisão sobre as escolas (político-administrativamente), ao invés da realização do tão proclamado princípio da descentralização e da autonomia.
O apelo a mais exames, mais avaliação, mais avaliação externa do tipo contábil, mais formas punitivas, mais vigilância, exige modelos positivistas e formas de organização universais que não admitem diversidade de processos e de referências contextuais. E neste sentido, onde está a autonomia?

Adenda: O ECD da Sra. Ministra - versão apressada

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