Já participei em inúmeros grupos de trabalho. Tenho uma atracção muito forte pelo trabalho de equipa [a minha vivência desportiva justificará em parte esta inclinação] e um enorme prazer em polemizar o que me conduz, invariavelmente, ao associativismo.
Há aqui, nesta decisão pessoal de partilhar e de construir com os outros, uma motivação mais… egocêntrica. Para além deste factor motivacional de natureza interna, existe na organização escolar um apelo sistemático à colaboração ao qual eu sou sensível. Não tanto pela forma como esse apelo é feito [decretado] mas acima de tudo pelas possibilidades que se abrem quando as pessoas se entregam a causas comuns. Não posso, contudo, generalizar este modo de sentir a colaboração. Basta olhar em redor para ver que há outros olhares e modos de expressar a colaboração.
A Teresa evoca a roda-viva que caracteriza o início do escolar. As reuniões de trabalho sucedem-se e a colaboração entre professores é, muitas vezes, compulsiva.
Licínio Lima afirmava num outro contexto, e que bem que as suas palavras se encaixam nas minhas, que “os actores concretos têm, por vezes, o interesse e a capacidade de não reproduzir as directrizes centrais mas também de lhes conferir, na/pela acção uma estatuto periférico ou marginal”.
Isto vem a propósito de uma dúvida que teima em manter-se por perto: É um facto que as emoções afectam a nossa capacidade crítica [a razão]; vivemos num tempo em que a escola se transformou numa montra sugestiva. Mas, será aceitável alegar que a intensificação do trabalho, as exigências do Estado-avaliador e a pressão da opinião publicada retiram aos professores a capacidade de analisar os destinos da educação? Se não é aceitável, então por que razão, as escolas e os professores, não reclamam e exigem ao Estado centralizador mais responsabilidade pela concepção, pela implementação, pelo currículo e pela instrução? A meu ver, desse modo, as comunidades educativas teriam motivos de sobra para trabalharem em comum no desenvolvimento dos seus próprios programas.
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