A cultura de colaboração tem sido uma esperança dos administradores no combate ao individualismo e um factor promotor do desenvolvimento profissional. O ME nunca disfarçou o interesse em seduzir as lideranças das escolas de forma a garantir a promoção das práticas colaborativas. O caminho pareceu-me acertado na medida em que era necessário envolver e inspirar as pessoas para a alteração de práticas e isso só seria possível com a energia e o entusiasmo dos líderes das escolas. Se a direcção do passo foi a mais correcta o mesmo não poderei dizer do alcance da passada. Se houvesse um conhecimento profundo da organização escolar, nunca seria negligenciada a participação dos restantes líderes que existem, efectivamente, nos mais variados níveis. A ideia de que uma instituição forte corresponde um líder forte é uma ideia que não tem qualquer sustentabilidade numa sociedade de conhecimento tanto mais que a regeneração de líderes individuais com as qualidades desejáveis é muito difícil.
O passo dado pelo ME foi curto e por muito poder que deposite nas mãos dos presidentes dos conselhos executivos o resultado é previsível: a promoção da colaboração artificial!
E a colaboração artificial não é mais do que um tentáculo da escola do faz-de-conta!
Adenda: A reunião sindical teve uma única consequência: trouxe mais cor ao olhar.
mas eu não me importei,
porque não era nada comigo
Em seguida levaram alguns operários,
mas a mim isso não me afectou,
porque eu não sou operário.
Depois prenderam os sindicalistas,
mas eu não me incomodei,
porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir,
chegou a vez dos padres,
mas como eu não sou religioso,
também não liguei.
Agora levaram-me a mim e,
quando percebi,
já era tarde
Bertolt Brecht
[Obrigado, f...]
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