Tal como acontecera com o [“Eduquês”] Nuno Crato, o artigo de opinião do Eduardo Prado Coelho (EPC) está no top das preferências da blogosfera docente. As intervenções reactivas dos professores, por vezes excessivas, são inequívocas quanto ao clima que se vive nas escolas. Depois de uma longa travessia no deserto de ideias dos articulistas da praça pública, EPC foi, por um dia, a voz dos professores [sem acrescentar nada de novo à discussão] porque disse o que muitos professores já disseram ou queriam ter dito. E quando afirmo que foi a voz dos professores por um dia estou a querer dizer que não é seguro que o seja nos dias seguintes embora ele tenha prometido voltar ao assunto. E esta desconfiança decorre dos episódios relativos às aulas de substituição que ainda se encontram frescos e vivos na memória colectiva do professorado e que a blogosfera retratou como a “ascensão e queda do Dr. Daniel Sampaio”. Foram dois simples artigos de opinião que fizeram tremer um edifício de credibilidade, muito bem alicerçado e construído ao longo de muitos anos de trabalho com as escolas.
Não consigo reproduzir textualmente as palavras que EPC escreveu quando foram divulgadas as medidas que designo, para abreviar, “aulas de substituição”. Estou certo que o próprio EPC reconheceu, num artigo de opinião, ter ficado surpreendido com a reacção dos professores [creio mesmo que ele terá afirmado ter recebido alguns declarações de desagrado de alguns dos seus amigos professores do ensino não superior] quando escreveu um artigo em que se posicionou a favor das iniciativas do governo.
A prudência e alguma desconfiança [admito a fraqueza] não me permitem embandeirar em arco perante tão pouco. Embora a lucidez de EPC seja um bom presságio prefiro aguardar pela constância da opinião.
Antes de propor EPC como sucessor da nossa estimada ministra da educação, prefiro esperar e ver.. ;)
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